Natalidade em Atibaia cai mais de 17% e casamentos aumentam

Um dado que pode ser preocupante no futuro é que, além da queda nos nascimentos, houve aumento dos óbitos.

O Atibaiense – Da redação

A natalidade em Atibaia está em baixa, com queda de 17,5% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Enquanto isso, houve aumento no número de casamentos. Os óbitos também cresceram.
Informações do portal da Transparência do Registro Civil, que reúne dados dos cartórios brasileiros, mostram que entre janeiro e junho de 2023 houve 1.124 registros de nascimentos em Atibaia. Neste ano, o número caiu para 927.
No mês de julho também houve queda. Foram 171 nascimentos em julho de 2023 e 153 em julho deste ano, baixa de 10,5%.
Uma curiosidade sobre os nascimentos são os nomes mais registrados em Atibaia. Em 2023, os campeões foram Gael, Miguel, Helena, Alice e Theo (os cinco mais escolhidos).
O Registro Civil mostra que enquanto há menos crianças nascendo na cidade, há mais casamentos acontecendo. O crescimento no número de uniões foi de 10,7% no semestre. Houve 401 casamentos registrados no primeiro semestre de 2023 e 444 no mesmo período de 2024.
Em julho, o número de casamentos caiu em relação a 2023, passando de 71 para 68. E enquanto em 2023 o mês com mais casamentos foi março, com 99 cerimônias, este ano foi maio, com 89.
Um dado que pode ser preocupante no futuro é que, além da queda nos nascimentos, houve aumento dos óbitos. Ou sejam, nascem menos crianças e falecem mais pessoas na cidade, o que pode significar, caso a tendência se mantenha, em uma queda de população nos próximos anos.
O total de óbitos no semestre aumentou de 596 para 674, uma alta de 13%. Em julho, crescimento chegou a 10,8%, passando de 120 para 133.

REPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO

Estudo publicado na revista britânica The Lancet mostra que, até o ano de 2100, apenas seis (3%) entre 204 países terão níveis sustentáveis de nascimentos para reposição sustentável da população. São eles: Samoa, Somália, Tonga, Nigéria, Chad e Tajikistão. O trabalho analisa os dados entre 1950 e 2021 e faz a projeção para 2050 e 2100. A pesquisa é fruto da parceria do grupo de estudo internacional chamado Global Burdenof Diseases (Carga Global das Doenças).
A taxa de fertilidade considerada aceitável em nível de reposição populacional é de 2,1 filhos por mulher ao longo da vida. Em 2021, apenas 46% dos países tiveram taxa de fecundidade acima da taxa de reposição, principalmente na África Subsaariana. Em 1950, globalmente, a taxa de fecundidade era de 4,84, caindo para 2,23 em 2021. As projeções futuras apontam para 1,83 filhos em 2050 e 1,59 em 2100, o que fará com que as populações diminuam de tamanho.
Os países europeus e da América do Norte são os que estão em pior situação em termos de taxa de fecundidade com consequências econômicas e sociais de longo alcance. No Brasil, a taxa de fertilidade era de 5,93 filhos em 1950 e 1,93 em 2021. As expectativas futuras apontam queda, sugerindo 1,57 em 2050 e 1,31 em 2100, abaixo da projeção mundial.
“As futuras taxas de fertilidade continuarão a diminuir em todo o mundo e permanecerão baixas mesmo sob a implementação bem-sucedida de políticas pró-nascimento. Estas mudanças terão consequências econômicas e sociais devido ao envelhecimento da população e ao declínio da força de trabalho”, aponta o artigo.