Quarta revolução industrial aponta para aceleração do mundo digital
No final do século 17, foi a máquina a vapor. Desta vez, descreve a BBC Brasil, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis pela transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Mesmo soando radical, tudo isso já está acontecendo em larga escala e a toda velocidade.
“Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”, diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado em 2016.
Em 2021, não é diferente. A sinopse é assim: “Um novo mundo está sendo construído sobre os escombros do antigo. Temos uma oportunidade única de ampliar nossas potencialidades de país rico, com enorme população, com setores modernos ao lado de outros arcaicos, de forma a sairmos do eterno limbo de país do futuro. Para isso, temos que fazer da educação nossa prioridade, tentando realizar no espaço de uma geração a transformação estrutural definitiva do país”.
No livro “O cavalo de troia digital: a quarta revolução industrial”, publicado pela FGV Editora, o professor Luiz Roberto Nascimento Silva analisa as principais revoluções industriais e seus impactos na geração de empregos. “Com a pandemia, o mapa da pobreza no país precisa ser refeito. Mesmo depois de passada a crise de saúde, o mundo não será o mesmo e o desemprego gerado pela revolução digital obrigará o Brasil e os demais países a terem programas de transferência de renda de maneira permanente”.
O deslocamento da riqueza e seu impacto na vida atual, os mecanismos de proteção ao cidadão em relação aos seus dados pessoais e o impacto das fake news e suas influências no mundo de hoje ressaltam a importância da imprensa e das mídias tradicionais como antídoto à produção de notícias falsas e gratuitas que circulam diariamente pela internet. Por isso, acredito no papel do jornal O Atibaiense no contexto da nossa cidade – é a partir daqui que entendemos o mundo.
Em termos planetários, poderá se agravar a guerra fria, política e econômica, em que apenas duas internets são centrais: a norte-americana e a chinesa. Nesse cenário, as big techs reproduzem as características estruturais dos monopólios. Usando o cavalo de Troia como metáfora, Silva demonstra como os usuários foram seduzidos pela internet gratuita, que foi oferecida em sua fase inicial como os troianos foram seduzidos pelo presente dos gregos deixado na porta de suas muralhas. Para escapar do “eterno limbo de país do futuro”, temos a necessidade de fazer da educação a prioridade, tentando realizar no espaço de uma geração a transformação estrutural e definitiva do país.
* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.