5G deve aumentar emprego e renda, sem pesar no bolso do consumidor
A Universidade de Campinas publicou artigo em seu site, assinado por Liana Coll, em que lista a implementação do 5G em 65 países.
Por Wagner Casemiro
A quinta geração de comunicação móvel, conhecida como 5G, vem sendo estudada no mundo para substituir a 4G nos próximos 10 anos. Além de prometer maior velocidade de internet, a 5G acelera o processo de conexão entre máquinas e equipamentos, impulsionando a chamada “internet das coisas”. No Brasil, a implementação da rede deve acontecer por meio de leilão. Pesquisadores e especialistas vêm debatendo o tema em instituições como a Unicamp.
A Universidade de Campinas publicou artigo em seu site, assinado por Liana Coll, em que lista a implementação do 5G em 65 países, a maior velocidade de download e a conexão mais estável e menor latência, ou seja, com menor tempo de resposta entre um comando e sua execução. Se até a geração anterior (4G) a maior transformação aconteceu no aumento da conectividade entre as pessoas, a 5G deve acelerar o processo da indústria 4.0, conceito que envolve a automatização, inteligência artificial e internet das coisas. Os aspectos econômicos, técnicos, legais, sociológicos e os impactos para o comportamento humano são algumas das abordagens feitas na área acadêmica.
Segundo a doutoranda do Departamento de Política Científica e Tecnológica do IG, Marina Martinelli, cita a amplitude da 5G, que envolve o uso individual, com maior velocidade na conexão e mais pessoas conectadas à internet, mas também o uso industrial, em setores como o agronegócio. “Além da modelagem de dados, vai ser possível fazer estimativas de safras, acompanhamento da plantação e dos animais, colheita e pulverização automatizada, eficiência no controle de pragas. Além disso, sensores de uso de água vão permitir maior controle sobre os gastos”, exemplificou. Outras áreas, como a medicina e transporte, também devem ser catalisadas.
A doutoranda também explicou que o leilão não priorizará a arrecadação, ou seja, as empresas vencedoras terão que direcionar investimentos em infraestrutura e conectividade em áreas que ainda são “desertos digitais”. Em algumas, por exemplo, ainda não há 3G. “Um dos requisitos do leilão é que as empresas vitoriosas levem a internet 4G para as cidades de mais de 600 habitantes. No Brasil, há uma desigualdade social enorme e há locais que ainda nem têm 3G ou 4G. Então um dos requisitos do leilão é que as empresas levem conexão para estas cidades”, observou.
A pesquisadora também analisou aspectos das disputas entre empresas que são detentoras da tecnologia para disputar o leilão, como Huawei, Ericsson e Nokia. As empresas estariam na fase de construir vantagens competitivas para o leilão. Uma das estratégias envolve a sustentabilidade. O modelo de leilão não será arrecadatório, mas terá ênfase na geração de emprego e renda, o que movimenta a economia do país e pode aliviar os preços da tecnologia para o consumidor final.
* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.