Queda de balão provoca incêndio florestal no Morro do Saci em Atibaia
Desde domingo (25), brigadistas tentam conter o fogo no Morro do Saci enquanto Defesa Civil atendeu 12 ocorrências de focos de incêndio no fim de semana.
Na tarde do último domingo (25), um balão de fabricação caseira caiu na região do Morro do Saci, em Atibaia, provocando um incêndio florestal de grande proporção que está sendo combatido por equipes da Fundação Florestal, Bombeiros e da Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE). O fogo teve início no topo do morro, por volta das 18h, atingindo cerca de 13 hectares de uma área de preservação de difícil acesso e, até a noite de ontem, brigadistas continuavam trabalhando para conter as chamas.
A Defesa Civil, que no momento do incêndio estava atendendo a ocorrências de fogo em outras regiões da cidade, esteve ontem à tarde no local para prestar apoio. De acordo com moradores da região, a soltura do artefato que provocou o incêndio aconteceu no bairro Itaguaçu e na manhã de segunda-feira (26) equipes estavam construindo aceiros preventivos para tentar impedir a propagação do fogo. Como o fogo se espalhou numa área de difícil acesso, equipes de brigadistas passaram a noite de domingo e a madrugada de segunda combatendo as chamas com o uso de abafadores, sopradores e bombas costais.
Ainda não é possível mensurar a devastação causada no Morro do Saci, região que além de abrigar espécies ameaçadas de extinção, como o sagui-da-serra-escuro e a paca, está inserida parcialmente na bacia do córrego do Onofre, manancial que abastece cerca de 25% da população da cidade. Devido à importância ambiental, paisagística e histórica do Morro do Saci para a cidade, a Prefeitura estuda a criação da terceira unidade de conservação municipal na área.
Alerta contra as queimadas
Na mesma tarde em que acontecia o incêndio no morro do Saci, a Defesa Civil de Atibaia atendia a ocorrências de fogo e queimadas no Maracanã, Palavra da Vida, Estância Parque Atibaia e Estrada dos Pires. Apenas entre sábado e domingo, foram 12 atendimentos desse tipo e na segunda-feira (26) o órgão registrou mais dois focos de incêndio em Atibaia. Nesta época seca do ano, qualquer qualquer fagulha pode espalhar e se transformar num incêndio e o fator humano ainda é a principal causa, alerta a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano é crime ambiental previsto na lei federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Mas o uso irregular de fogo – a principal causa de incêndios neste período seco do ano, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente – também é crime em Atibaia. A Pasta informa que, segundo a lei municipal nº 4606 (de 11 de julho de 2018) a utilização de fogo para a limpeza de terrenos e a queima de lixo são infrações ambientais passíveis de multa e a prática pode custar de R$ 570,95 a mais de R$ 38 mil – ou 150 a 10.000 UVRM (Unidade de Valor de Referência Municipal) – de acordo com a gravidade da infração, além da necessidade de promover a compensação ambiental.
Promovida pelas secretarias de Meio Ambiente e Comunicação da Prefeitura, a campanha “Queimada é Crime!” busca conscientizar a população sobre os danos ambientais e prejuízos à saúde causados pelas queimadas: além dos estragos causados ao meio ambiente como poluição do ar, aumento da liberação de poluentes, redução da cobertura vegetal, destruição de habitats naturais, extinção de espécies da fauna e flora, as queimadas impactam sobre a saúde da população, agravando os problemas respiratórios e, consequentemente, piorando doenças como a Covid-19 e a Influenza, o que aumenta a demanda por atendimento nas unidades de Saúde.
A Defesa Civil de Atibaia orienta que a solicitação de atendimento para casos de queimadas e focos de incêndio deve ser feita aos Bombeiros pelo telefone 193. Responsável pela coordenação do combate ao fogo, o Corpo de Bombeiros é quem aciona a Defesa Civil, otimizando a distribuição das equipes no atendimento das ocorrências.