A verdadeira alquimia dos perfumes naturais

Priscila Torres

 

Per fumum significa “através da fumaça” e surgiu da queima de incensos aromáticos, feitos com plantas. O objetivo dessa queima era puramente espiritual. Nos dias de hoje, ainda vemos essa prática em diversas religiões e rituais.
Os antigos egípcios no século 12 a.C., produziam perfumes com plantas que nasciam às margens do Nilo. Os nobres do Egito tomavam banho todos os dias, mas não conheciam o sabonete, então, na tentativa de vencer o cheiro desagradável, inventaram o primeiro desodorante: bolas de resina de pinheiro presas às axilas. Hebreus, gregos e troianos também prestavam muito os aromas de incensos, cremes e óleos perfumados. Mas, na Alta Idade Média, a igreja determinou que essa prática era vinculada a rituais religiosos pagãos considerados obra do diabo.
Desde a antiguidade, a fragrância de plantas é instrumento de adoração, de cuidados médicos, de higiene ou ritual de beleza, mas também é considerado um tratamento precoce para a mente e o corpo, sendo utilizado inclusive como instrumento de sedução.
Criar perfumes com óleos essenciais, extratos naturais e resinas é abandonar a crença e o modismo criado no início do século 20 e voltar a praticar a verdadeira alquimia dos perfumes, com fragrâncias naturais, nada sintético.
Perfumes com óleos essenciais podem modificar o comportamento de quem utiliza. É possível estimular e evidenciar características consideradas positivas, e transmutar características negativas na personalidade de quem utiliza o perfume.
O processo de criação de um perfume natural é baseado em respeito à natureza, sensibilidade, intuição e muita dedicação aos estudos dos óleos essenciais, pensando em suas notas olfativas e composições químicas, e como tudo isso vai se comportar diante do fator emocional de quem vai usá-lo.
Alquimia pura!
E você, já fez um perfume para chamar de seu?
Abraços aromáticos e até a próxima semana.

Priscila Torres, da Trilha dos Aromas, é Aromaterapeuta e Perfumista Botânica