Lançamento do livro “Não era só amor?” da autora de Atibaia, Marina Martins: O livro que toda mãe precisa ler

É essa descoberta que move Não era só amor?, livro de estreia da escritora Marina Martins, autora de Atibaia, lançado pela Editora Urutau.

 

 

Quando nasce um bebê, nasce também uma mãe — mas nem sempre ao mesmo tempo.
É essa descoberta que move Não era só amor?, livro de estreia da escritora Marina Martins, autora de Atibaia, lançado pela Editora Urutau.
Com uma escrita sensível e corajosa, Marina fala sobre o que muitas mulheres vivem, mas poucas têm coragem de dizer: a maternidade é feita de amor, sim — mas também de perda, solidão, desejo e renascimento.

Mãe, mulher, psicanalista e autora, Marina transforma o que viveu em poesia e reflexão.
Conversamos com ela sobre o que está por trás do livro “Não era só amor?”, que será lançado no dia 29 de novembro, das 16h às 20h, no Casarão Júlia Ferraz em Atibaia.

“Que um bebê nasça é uma coisa. Que uma mulher se torne mãe é outra.”

O Atibaiense: Marina, quando você percebeu que essa vivência precisava virar um livro?
Marina Martins: Foi quando entendi que escrever era a única forma de dar sentido ao que eu estava vivendo. A maternidade me atravessou de um jeito intenso — era amor, mas também medo, culpa, solidão. Eu precisava colocar tudo isso pra fora.

O Atibaiense: Como a chegada da sua filha transformou essa mulher que você era?

Marina: Mudou tudo. Eu achava que sabia quem eu era, mas a maternidade me desmontou e me refez. É um processo de perder um pouco de si pra encontrar outra versão — mais forte, mais vulnerável, e talvez mais verdadeira.

 

 

“Não era só amor?”

O Atibaiense: O título é provocador. O que significa pra você?
Marina: Ele fala sobre a ideia de que ser mãe é só amor, como se não houvesse espaço pra ambiguidade. Mas a maternidade real tem dias lindos e outros em que a gente só quer silêncio. É amor, mas é também renúncia, corpo cansado, e uma mulher tentando continuar existindo dentro de tudo isso.

O Atibaiense: A mulher do livro parece lutar para continuar existindo além da função de mãe. Que conselhos você daria a quem está nesse mesmo conflito?
Marina: Diria pra não se culpar. A mulher continua existindo — e precisa existir — pra que a mãe também viva bem. Não dá pra se anular. A gente precisa cuidar dos nossos desejos, dos nossos espaços, da nossa voz. Ser mãe é uma parte linda, mas não é tudo o que somos.

O Atibaiense: Houve algo que você só conseguiu compreender depois de escrever?
Marina: Sim. Eu percebi que a maternidade não era sobre perder quem eu fui, mas sobre integrar novas partes de mim. Escrever me fez entender que posso ser várias coisas ao mesmo tempo — mãe, mulher, autora, amiga, amante. E que tudo isso cabe na mesma pessoa.

O Atibaiense: Escrever te ajudou a se curar?
Marina: Totalmente. Foi escrevendo que consegui entender o que estava sentindo — e perceber que outras mulheres também passavam por isso. Esse livro é um abraço em cada mãe que se sente perdida, culpada ou invisível.

O Atibaiense: Você pretende continuar escrevendo sobre o universo feminino e materno em futuras obras?

Marina: Sim. Acho que nunca vou deixar de falar sobre o que somos e o que sentimos. Esse universo é inesgotável — e ainda há muito silêncio pra ser rompido.

O Atibaiense: Que emoções você gostaria que suas leitoras sentissem ao ler seu livro?
Marina: Quero que se sintam vistas, compreendidas e inspiradas. Que encontrem, nas entrelinhas, algo que talvez nem sabiam que procuravam.

O Atibaiense: Para quem é “Não era só amor?”

Marina: Se você é mãe — ou está pensando em ser —, esse livro é um lembrete: não existe maternidade perfeita.
Existe amor, cansaço, entrega e uma mulher tentando se reencontrar.
E tudo isso é amor também.

Não era só amor?, de Marina Martins, está disponível pelo site da Editora Urutau.
Um livro para ler devagar, reconhecer-se e, quem sabe, se perdoar