Atibaia registrou mais de 2 mil notificações relacionadas a acidentes de trabalho

Os registros do SINAN representam apenas os casos de acidentes de trabalho que foram oficialmente notificados ao Ministério da Saúde.

O Atibaiense – da redação
Durante o ano de 2024, Atibaia registrou 2.069 notificações relacionadas ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de notificação (SINAN). Desse total, 94,8% foram acidentes de trabalho grave (1.962) e 5,17% foram exposição a material biológico (107).
As informações constam do site SmartLab – Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. Na versão apresentada, foram consideradas as doenças e agravos monitorados com ênfase pela Vigilância em Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde. O total de notificações em Atibaia inclui casos de acidente de trabalho grave, câncer relacionado ao trabalho (nenhum caso registrado na cidade), dermatoses ocupacionais (nenhum caso em Atibaia em 2024), acidente de trabalho com exposição a material biológico, intoxicação exógena relacionada ao trabalho (nenhum caso no ano passado), LER/DORT (nenhum caso), perda auditiva induzida por ruído (PAIR) relacionada ao trabalho (nenhum caso), pneumoconioses relacionadas ao trabalho (nenhum caso), transtornos mentais relacionados ao trabalho (nenhum caso) e acidente de trabalho grave envolvendo crianças e adolescentes (2 casos em Atibaia em 2024 envolvendo adolescentes).
Não foram incluídos nos dados os casos de intoxicação exógena e de acidentes com animais peçonhentos. Os registros do SINAN representam apenas os casos de acidentes de trabalho que foram oficialmente notificados ao Ministério da Saúde.

AFASTAMENTOS
A plataforma traz informações não apenas dos acidentes ocorridos, mas também dos afastamentos realizados pelo INSS. Houve, no ano passado, 183 concessões de benefícios previdenciários (auxílio-doença) por acidente de trabalho, segundo informações da Previd6encia Social. Também foram registradas 6 concessões de aposentadorias por invalidez por acidente de trabalho. Não há registro oficial de morte em acidente de trabalho em 2024.
O setor econômico mais frequentemente relacionado a afastamentos do tipo acidentário (B91) e não acidentário (B31) no último ano foi a administração pública em geral, que registrou 5,62% dos afastamentos acidentários e 10,1% dos não acidentários.
É considerado afastamento acidentário aquele em que o trabalhador precisa se afastar por acidente ou doença diretamente ligados às atividades desenvolvidas no trabalho. Esse trabalhador recebe o auxílio-doença acidentário. O afastamento não acidentário é para o trabalhador que está impedido de realizar suas atividades por acidente ou doença sem relação com o exercício de seu trabalho. Esse trabalhador recebe auxílio-doença previdenciário.
Os afastamentos acidentários aconteceram em 5,62% dos casos na administração pública em geral; outros 5,62% em hotéis e similares; 3,93% na fabricação de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado; 3,93% na fabricação de artefatos de materiais plásticos; 3,37% na fabricação de medicamentos para uso humano; 3,37% em atividades de atendimento hospitalar e em menor escala em outros setores da economia.
Os afastamentos não acidentários ocorreram em 10,1% dos casos na administração pública em geral; 7,25% nas atividades de atendimento hospitalar; 4,73% na fabricação de peças e acessórios para veículos automotores; 4,37% no comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados; 3,54% em hotéis e similares e 3,27% em restaurantes e estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas. Há um número menor em outros setores.
Por tipo de doença, maioria dos afastamentos aparecem como outros (20% dos acidentários e 26,3% dos não acidentários). No caso dos afastamentos relacionados diretamente à atividade do trabalhador, 15% foram por transtornos ansiosos e fóbicos; 15% por sinovite e tenossinovite; 10% por discos inverterias; 10% por lesões no ombro; 5% por transtorno afetivo bipolar; 5% por asma; 5% por depressão ou episódios depressivos e 5% por joelhos. Outras causas estão abaixo dos 5%.
Dos afastamentos não relacionados diretamente ao trabalho, 10,2% foram por dorsalgia, 9,19% por transtornos ansiosos e fóbicos, 6,45% por discos inverterias, 5,35% por neoplasia, 3,75% por depressão e episódios depressivos, 3,66% por hérnia, 3,43% por lesões no ombro e 3,39% por joelhos. Outros casos são em proporções menores.
Por classificação internacional de doenças, dos afastamentos acidentários 51,4% foram fraturas, 14,9% traumatismos, 9,94% luxações, 7,18% amputações, 6,63% osteomuscular e tecido conjuntivo. Dos não acidentários, 27,3% osteomuscular e tecido conjuntivo, 18,6% fraturas, 17,8% mentais e comportamentais, 5,23% aparelho digestivo e 4,37% circulatório.

 

 

 

SAÚDE MENTAL
Em 2024 houve 5 concessões de benefícios previdenciários de auxílio-doença por saúde mental na classificação acidentário e 517 na classificação não acidentário. O total de benefícios concedidos em 2024 (522) é maior do que no período da pandemia e o maior da série histórica.
As causas conforme a CID10 (Classificação Internacional de Doenças) são, nos acidentários, 33,3% por episódios depressivos, 22,2% por reações ao estresse grave e transtornos de adaptação, 19,4% por outros transtornos ansiosos, 12,5% por transtornos fóbicos-ansiosos e em menor escala por outros motivos.
Nos não acidentários, 22,3% são por outros transtornos ansiosos, 19,2% por episódios depressivos, 15,2% por episódios depressivos recorrentes, 8,54% por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas e em menor escala por outras motivações.
Por setor econômico, os afastamentos acidentários por saúde mental ocorreram na maioria dos casos na administração pública em geral (36,1%), em bancos (20,8%) e em atividades de atendimento hospitalar (11,1%).
Os não acidentários foram 21,9% na administração pública em geral, 7,6% nas atividades de atendimento hospitalar e 5,26% no comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados e em menor escala em outros setores.