Anna Luiza Calixto leva palestras contra o bullying para escolas do Paraná
O Projeto Bem me quer apresentou uma jornada de palestras nas escolas de Campo Magro prevenindo e enfrentando o bullying.
Anna Luiza Calixto
Em parceria com a Secretaria de Educação do município de Campo Magro, no Paraná, o Projeto Bem me quer, empresa formadora fundada pela escritora atibaiense Anna Luiza Calixto, levou para as escolas locais palestras de prevenção e enfrentamento ao bullying e à toda forma de violência escolar.
Através do seu livro sobre o tema, Por que Maria não vai com as outras?, a autora apresenta o bullying como uma violência, dizendo que “Compreendê-lo assim é o primeiro passo para deixarmos de banalizar seus impactos sobre a saúde mental das crianças e adolescentes que com ele sofrem.”
Em janeiro de 2024 a intimidação sistemática – nome legal para o bullying – foi tipificada como crime através da Lei 14.811/2024, que divide essa violação de direitos entre bullying e cyberbullying, a forma digital dessa violência. Além desse exemplo, existe também o bullying verbal, físico, psicológico e moral.
As palestras do Projeto contrapõem o senso comum adulto de que “Na minha época ninguém ficava machucado assim por causa de uma piadinha, hoje tudo é bullying. Essa geração mimimi, querendo chamar atenção a qualquer custo. Filho meu não apanha na escola porque se apanhar, quando chegar em casa apanha de novo!”, elucidando que esse tipo de fala distancia nosso discurso do sofrimento das vítimas, construindo uma verdadeira barreira entre nós, alicerçada no desrespeito e na invisibilidade das dores do outro.
Durante o setembro amarelo (campanha de preservação à vida e cuidados com a saúde mental das pessoas), esse tema deve ser ainda mais evidenciado, considerando que o bullying é um forte gatilho para o adoecimento psíquico e emocional de crianças e adolescentes, baseando-se na difusão do ódio e na intolerância.
“Deve haver um senso de coletividade que promove a empatia como caminho natural em sala de aula. Para recuperar o bem-estar no ambiente escolar, precisamos ter a coragem de olhar para o bullying como uma tríade entre agressor, vítima e testemunha, estimulando a denúncia e encorajando cada um e cada uma a pedir ajuda sem ignorar os danos causados pela violência.” – conta Anna ao O Atibaiense.
A palestrante ainda evidencia que crianças hoje indiferentes ao sofrimento do outro em sala de aula podem se tornar adultos insensíveis à dor de vizinhos, colegas de trabalho, conhecidos, enfim, quem quer que esteja ao seu redor.
“Quanto antes aprendemos a plantar a semente da paz, mais cedo podemos provar os frutos do amor.” – com essa frase Anna encerra o livro Por que Maria não vai com as outras?, no qual discute o quanto é fundamental o enfrentamento ao bullying dentro e fora das salas de aula. “O amor é o pilar fundamental da cultura de paz, ao lado da empatia e do respeito. Amar o próximo assim como você se ama, como nos ensina o mandamento, para que você não o ame a ponto de se anular, nem ame a si baseado nos excessos, desconsiderando o outro. A balança encontra seu equilíbrio quando amamos o próximo com a mesma medida com que nos amamos e nos respeitamos. Assim não tem erro.” – refletiu a autora, que defende a cultura da paz como alicerce no enfrentamento ao bullying