Cantareira volta a apresentar mais de 50% da capacidade
As fortes chuvas que têm atingido a região desde novembro do ano passado melhoraram o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira.
O Atibaiense – Da redação
O Sistema Cantareira atingiu neste mês de janeiro uma marca que não alcançava desde 2017: ficar acima dos 50% da capacidade. Segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, o Cantareira operava com 51,1% nesta quinta-feira, dia 26. É o maior volume desde janeiro de 2017, quando apresentou 58,3% do volume no mesmo dia.
Em 2018, a capacidade ficou em 47,5% em janeiro, caindo para 42,9% em 2019. Subiu para 45,4% em 2020 e voltou a cair, para 42,4% em 2021 e para 30,3% em 2022.
Agora em 2023, o sistema operava acima dos 40% e no dia 21 de janeiro o nível chegou à marca dos 50,1%.
Anteriormente a 2017, o Cantareira operava em situação crítica. Apenas há 10 anos, em 2013, é que ficou acima dos 50%. Em 2014 a situação já preocupava, com 23,3% de sua capacidade de armazenamento. Chegou a -24,2% em 2015. O valor negativo é porque estava utilizando a reserva técnica. Em 2016, estava com 14,3%.
As chuvas que ocorrem neste verão de 2023 são essenciais para garantir o armazenamento de água durante o período de estiagem, que começa em abril e segue até final de setembro. O nível considerado normal é a partir dos 60% da capacidade.
Especialistas calculam que, se continuar chovendo a média atual até o final de março, o Cantareira pode chegar a atingir 67% da capacidade total.
As fortes chuvas que têm atingido a região desde novembro do ano passado melhoraram o nível dos reservatórios do Cantareira, que abastece a região da Grande São Paulo. Para se ter uma ideia, no início de dezembro, o reservatório estava próximo dos 38%, em nível de alerta.
Apesar de ainda estar distante do nível normal, que é estabelecido acima dos 60%, hoje o Cantareira opera em nível de atenção, uma situação bem melhor que a apresentada no fim do ano. A situação também é bem mais confortável ao que era registrado há um ano, quando o sistema estava operando com 29,6% de sua capacidade.
Somente nos 15 primeiros dias de janeiro o Cantareira ganhou 6,3% de sua capacidade, variando sempre positivamente a cada dia. A capacidade máxima do Sistema Cantareira (volume útil, sem considerar a reserva técnica) é 982 bilhões de litros.
A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp.
Os cinco níveis criados pela resolução são: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Estas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema.
O Cantareira não abastece Atibaia, mas quando o limite de retirada de água do sistema cai, pode afetar a vazão do Rio Atibaia e prejudicar a captação das bombas da SAAE. A ETA (Estação de Tratamento de Água) Central é abastecida pelo Rio Atibaia. Já a ETA Cerejeiras faz a captação de água do Córrego do Onofre.
Com os dias quentes e com muito sol, o consumo de água aumenta, especialmente no período de férias. As chuvas intensas e constantes têm colaborado para que não seja caracterizada situação de alerta. Mas é preciso sempre manter a consciência do uso racional e sem desperdícios.