Habilidades interpessoais, trabalho em grupo e capacidade de apresentar um novo negócio
Procurar por “perguntas geralmente feitas em entrevistas” e decorar respostas são péssimas opções, que mais atrapalham do que ajudam, avaliaram.
Wagner Casemiro
Cursos de Administração vêm promovendo eventos com nomes do empresariado para dar dicas, orientações e falar do desenvolvimento de habilidades importantes para quem busca começar uma carreira, projetar ou dar prosseguimento a um projeto de empreendedorismo – as chamadas soft skills, habilidades interpessoais como trabalho em grupo, linguagem corporal e boa apresentação de um negócio. Em evento da FIA-USP, falando sobre o início de carreira e da conquista do primeiro estágio, Camila Croz e Ricardo Perialdo classificaram a entrevista de emprego como o mais importante elemento para focar a atenção. Afinal, quem passa na fase do currículo e eventuais provas é porque já é considerado qualificado para a empresa. Para enfrentar a fase da entrevista, deram dicas: mostrar repertório, falar com entusiasmo sem dar respostas fechadas, ou contar experiências só com os fatos sem mostrar suas habilidades. Procurar por “perguntas geralmente feitas em entrevistas” e decorar respostas são péssimas opções, que mais atrapalham do que ajudam, avaliaram.
Já Alexandre Sabbag e Fabiana Teixeira se direcionaram mais para quem já está habituado com o ambiente de trabalho, seja estágio ou emprego fixo. A “gestão de carreira”, para Sabbag, é aprimorada principalmente por dois componentes: a comunicação e o networking. Ou seja, saber lidar com as pessoas não só no âmbito social, de respeitar, evitar conflitos e colaborar, mas também de construir uma confiança mútua com pessoas de diferentes áreas, a quem você pode ajudar e receber ajuda, além de contatos que podem colaborar com seu negócio como fornecedor ou mediador com investidores, por exemplo.
“Saber se comunicar” foi o principal assunto abordado por Fabiana Teixeira, estrategista da área de comunicação. Ela contou que não só as palavras são importantes, mas também o que fala o corpo – seja na expressão, seja no olhar de atenção, seja no olho-no-olho ao estabelecer uma conversa, seja no cumprimentar e se portar, nas formas de cumprimento mais adequadas para cada tipo de contato, no mover os braços, sentar, fazer “cara de surpresa”, “cara de interessado”, “cara torta” etc. Ela destacou que não devemos tentar copiar o jeito de falar de alguém que tem oratória, mas desenvolver a nossa própria. Disse, ainda, que numa apresentação se deve olhar para o público, focar nele e transparecer que você está gostando de falar para eles com o intuito de passar autoconfiança e segurança. “É mais do que se preocupar em parecer bonito, agradável ou inteligente, mas parecer interessado no próprio discurso e no público”. Carol Fanaro, outra especialista em comunicação e formada em fonoaudiologia, chamou os espectadores para treinar todas essas habilidades e perder o medo de falar em público através de dinâmicas e práticas com os próprios alunos.
E, para um bom empreendedor (ou quem tem o desejo de ser um), as irmãs sócias da Egueiras, Mirela e Mirna, conseguiram impressionar dois dos cinco investidores, e aceitaram a proposta do que tinha menos termos de permissão para o investidor administrar a empresa. “Você deve conhecer sua empresa e seu produto: quanto fatura? Quanto gasta? Quais as metas? Quais as margens? Quanto custa a produção e por quanto vende? É preciso estudar a linguagem empresarial pois podem perguntar desde coisas simples, até citar nomes que quem não entende de economia não vai conhecer, e isso prejudica a apresentação”. Por isso, afirmaram, o melhor é ter um projeto já em andamento. Os investidores preferem negócios que já faturam um pouco, pois isso dá garantia de que o valor será devolvido, principalmente se já há projeções boas.
* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.
Foto/Canva