Lives de vendas serão decisivas para ampliar e-commerce em 2022
Wagner Casemiro
O comércio de Atibaia terá de seguir esse caminho. O cenário de distanciamento social na pandemia impulsionou a adesão às vendas virtuais entre os negócios, principalmente para transmissões ao vivo. De acordo com pesquisa do LinkedIn, cerca de 93% dos entrevistados acreditam que os eventos online devem continuar no futuro. Para 79%, as atividades nesse formato trouxeram retornos maiores que o modelo presencial e 85% dos pesquisados pretendem organizar eventos híbridos no futuro. Segundo estudo realizado pela Even3, os eventos online cresceram cerca de 300% durante a pandemia.
Se antes, a maior parte das vendas era efetivada em lojas físicas, hoje o setor de e-commerce concentra a maioria delas com amplo suporte das lives de vendas. Dados levantados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) indicam que, somente em 2021, o setor cresceu quase 40% no Brasil; em termos de faturamento, a projeção é de fechamento em torno de R$ 304 bilhões. Com estimativa tão alta, é importante acompanhar as tendências para impulsionar mercado tão promissor. As já famosas lives de vendas, conhecidas como live commerce ou live shop, serão fundamentais para um crescimento ainda mais relevante.
Se pararmos para pensar, o conceito de vendas ao vivo não é algo tão novo assim. Os programas de TV e canais fechados já atuavam dentro desse formato, com espaços inteiros dedicados à venda, vendedores de plantão e os famosos telefones que apareciam nas telas. Em tempos de mídias sociais, como TikTok, YouTube e Instagram, a explosão dos influenciadores digitais conectou marcas a pessoas de um novo jeito, com a velocidade da internet e toda a interação necessária.
O número de novos consumidores também aumentou e deve crescer de forma contínua, com avanço anual de 6,2 milhões de pessoas, em faixas etárias bastante diferenciadas. O jornal Valor Econômico publicou artigo recentemente sobre o assunto, apontando que as taxas de conversão – acessos que se transformam em vendas – chegam a ser 10 vezes maiores que as do e-commerce convencional, conforme estudo da consultoria McKinsey. Em 2020, o valor estimado desse tipo de venda atingiu US$ 171 bilhões na China, onde nasceu a modalidade, quase triplicando o número de 2019. A estimativa é de que em 2026 as vendas ao vivo representem entre 10% e 20% do comércio eletrônico global.
De olho na lucratividade da ferramenta, que une aquisição instantânea e interação com o consumidor, como descreve a McKinsey, as maiores varejistas do Brasil aderiram. O jornal citou a Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto, o Magazine Luiza e as Americanas. O “ligue já”, que virou bordão de apresentadores de programas na TV aberta, mudou para o “clique já”. O conjunto de manchas do “QR Code”, que começou a ser usado pela publicidade em 2007, se popularizou em todo o país. Clicando no código pelo celular, o consumidor pode esclarecer dúvidas pelo “chat”, canal de conversa entre a empresa e o comprador.
Os praticantes da nova modalidade estão simplesmente entusiasmados e com muita razão. As categorias de produtos mais vendidas nessa modalidade no mundo, segundo a pesquisa da McKinsey, são moda e acessórios (36%), itens de beleza (7,6%), comida (7,4%) e celulares e outros eletrônicos (4,6%). Comerciantes de Atibaia, uni-vos!
* Wagner Casemiro é Secretário Municipal de Habitação de Atibaia, Professor Universitário Especialista em Administração, Contabilidade e Economia e Representante do CRA – Conselho Regional de Administração Atibaia.