Lobo-marinho chega à Ubatuba para reabilitação no Instituto Argonauta
Animal, da espécie Arctocephalus tropicalis, passará por exames para avaliar seu estado de saúde. Foto: equipes do CETAS/IBAMA e do Instituto Argonauta preparam animal para a viagem. Imagens: IBAMA/CETAS de São Luís/MA.
O lobo-marinho da espécie Arctocephalus tropicalis chegou à Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, na noite de sábado (11/09) e ficará sob cuidados da equipe do Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Marinhos (CRETA) do Instituto Argonauta.
O animal, um macho juvenil pesando 29,3 kg, foi encontrado debilitado e resgatado pelo IBAMA no Rio Mearim, em Arari, a 160 km de distância de São Luís, Maranhão, no dia 7 de setembro.
O Instituto Amares recebeu o chamado da comunidade, comunicou a rede de encalhes e em seguida o CETAS do Ibama de São Luís, e pediu apoio aos parceiros para que a logística de resgate do animal fosse realizada o mais rápido e da melhor forma possível para o bem do animal, o que foi prontamente atendido pela equipe da Mineral Engenharia e Meio Ambiente.
Após receber os primeiros atendimentos veterinários, a equipe do CETAS do IBAMA de São Luís concordou que seria mais adequado transferir o lobo-marinho para receber os cuidados no Instituto Argonauta, que conta com equipe especializada no atendimento à fauna marinha, e também por se tratar de uma espécie que é mais comum de ser encontrada durante o inverno ao sul do litoral brasileiro. O caso foi acompanhado também pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMbio.
Na chegada ao CRETA, o animal, além de magro, apresentava anemia e parasitas, de acordo com os primeiros exames. “O animal está estável, porém serão necessários novos exames para avaliar sua condição de saúde”, afirma Fabíola Santana, veterinária do Instituto Argonauta.
É a segunda vez que um lobo-marinho da espécie é encontrado no Maranhão. No ano passado,o Instituto Amares, a Mineral Engenharia e Meio Ambiente e o Instituto Argonauta foram acionados para receber o animal, que morreu antes de ser transferido. De acordo com o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta, trata-se de uma espécie cuja ocorrência no Maranhão ainda não havia sido registrada, o que pode ser um indício de alterações na intensidade e no padrão das correntes marítimas. Também não é comum sua ocorrência no litoral Norte de São Paulo.
“Estes são os registros dessa espécie mais próximos do Equador que temos no Instituto Argonauta até o momento. Será preciso observar se esse fenômeno, que é pontual, poderá se repetir e virar um padrão. Os efeitos das mudanças climáticas podem estar alterando o padrão de circulação das correntes na costa do Brasil”, afirma.
De acordo com a bióloga Carla Beatriz Barbosa, diretora executiva do Instituto Argonauta, os lobos-marinhos da espécie Arctocephalus tropicalis são encontrados em regiões costeiras subantárticas, e, no Brasil, podem ocorrer no litoral do Sul e do Sudeste. Eles se diferenciam dos leões-marinhos pelo menor porte, focinho alongado e pelagem mais macia. Alimentam-se de peixes, crustáceos, polvos e até pinguins.
A operação logística para trazer o animal de Arari (MA) até Ubatuba (SP) contou com o apoio da Infraero, nos aeroportos de São Luís e do Salvador Bahia Airport, com o transporte realizado pela Gol Linhas Aéreas até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. De lá, seguiu pela estrada até a sede do Instituto Argonauta, em Ubatuba. Toda a operação contou com apoio das equipes do Instituto Argonauta e da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, além dos especialistas do CMA/ICMBio, IBAMA e Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do município de Arari/MA.
Sobre o Instituto Argonauta
O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente em geral , mas com foco na conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades. O Instituto Argonauta possui convênios com 103 instituições de ensino e pesquisa, o que possibilita a manutenção de um programa de estagiários de nível superior de âmbito nacional.
Sobre a Mineral Engenharia e Meio Ambiente
A Mineral Engenharia e Meio Ambiente é uma empresa de consultoria especializada na viabilização ambiental de atividades empresariais, fundada em 1997. Desde então, a empresa vem se consolidando nas áreas em prol da conservação do meio ambiente, inclusive na proteção e reabilitação de animais de vida selvagem.