Aumenta o número de famílias pobres em Atibaia
Em agosto, total de famílias que dependem do Bolsa Família passou de 4 mil. O Cadastro Único também tem apresentado crescimento nos inscritos.
O Atibaiense – Da redação
Atibaia tem apresentado crescimento no número de famílias que dependem de programas sociais, indicando um aumento na quantidade de famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. Em agosto, o total de beneficiários do Bolsa Família passou de 4 mil, atingindo diretamente mais de 12 mil pessoas.
Dados do Ministério da Cidadania mostram que havia 4.010 famílias beneficiárias do Bolsa Família no mês de agosto de 2021, sendo 12.662 pessoas diretamente beneficiadas pelo Programa. Em março deste ano eram 3.977 famílias e 10.924 pessoas. O Cadastro Único também teve aumento de inscritos, com 10.379 famílias. Em janeiro deste ano eram 9.870.
Os números são maiores também que os registrados em 2020. Mesmo no auge da pandemia no ano passado, a quantidade de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza cadastradas era menor que o registrado ao longo deste ano.
O agravamento da crise econômica, com aumento expressivo de preços de itens básicos, como gás de cozinha, alimentos e ainda de combustíveis (que reflete em outros preços) tem afetado as famílias de Atibaia, principalmente as de baixa renda.
Apesar de Atibaia apresentar recuperação do emprego ao longo do ano, há uma parcela da população que depende dos auxílios sociais e não consegue colocação no mercado de trabalho. Tem sido cada vez mais comum pessoas nos semáforos tentando vender balas, doces e alguns itens aos motoristas. Há certos horários e locais com concentração desses vendedores, que buscam uma renda para a família.
O Ministério da Cidadania, nos dados apresentados em relatório, afirma que “o número de pessoas beneficiárias do PBF equivalia aproximadamente a 8% da população total do município, abrangendo 2.615 famílias que, sem o programa, estariam em condição de extrema pobreza”. Outro dado importante é que a cobertura do programa foi de 89% em relação à estimativa de famílias pobres no município. Essa estimativa é calculada com base nos dados mais atuais do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês de agosto foram transferidos R$ 340.333,00 às famílias do Programa e o benefício médio repassado foi de R$ 84,87 por família.
Com relação ao Cadastro Único, dados de junho mostram que havia 10.379 famílias inseridas. Desse total, 7.651 são famílias com renda de até meio salário mínimo. Segundo o relatório, a Taxa de Atualização Cadastral (TAC) do município é de 64,54%, enquanto que a média nacional encontra-se em 64,39%. “Isso significa que o cadastro no seu município não está bem focalizado e atualizado, o que indica que é necessário identificar onde estão as famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa e atualizá-las no Cadastro Único”, diz o documento.
O Cadastro Único é a base de dados do Governo Federal onde estão registradas as informações socioeconômicas das famílias de baixa renda domiciliadas no território brasileiro, que são aquelas que possuem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.
O governo federal utiliza os dados do Cadastro Único para conceder benefícios e serviços de programas sociais, como: Tarifa Social de Energia Elétrica, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Programa Bolsa Família, entre outros, como o Auxílio Emergencial.
Boletim do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de julho de 2021 diz que aumentou o número de pessoas em situação de extrema pobreza. São utilizados dados do Cadastro Único. “Em março de 2020, início da pandemia no Brasil, havia cerca de 13,5 milhões de pessoas nessa condição, contingente que, em março deste ano, havia aumentado em 784 mil pessoas, o que representa um crescimento de 5,8%”, diz o documento do DIEESE.
Levantamento da Fundação Getúlio Vargas aponta que, em seis meses, o número de brasileiros que vivem na pobreza quase triplicou. O número de pobres passou de 9,5 milhões em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021.