Cresce número de pessoas em extrema pobreza em Atibaia

Dados do Governo Federal mostram que entre março de 2020 e março de 2021 houve aumento no total de cadastrados no Bolsa Família.

O Atibaiense – Da redação

Atibaia viu crescer em março o total de pessoas que dependem do benefício Bolsa Família para sobreviver. Na comparação com março de 2020, são 748 famílias a mais no programa, totalizando um aumento de 2.331 pessoas.
Relatório do Governo Federal mostra que no mês de março, 3.977 famílias eram beneficiárias do programa, com 10.924 pessoas. Um ano antes, o total de famílias era de 3.229, com 8.593 pessoas.
O agravamento da pandemia de Covid-19 e a crise econômica gerada podem ser os fatores principais para esse crescimento de famílias que necessitam do programa de transferência de renda voltado a pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza.
O relatório disponível para consulta na internet, em site do Ministério da Cidadania, descreve que o número de pessoas beneficiárias do Bolsa Família em Atibaia “equivalia aproximadamente a 7% da população total do município, abrangendo 2.054 famílias que, sem o programa, estariam em condição de extrema pobreza”.
O texto diz ainda que nem todas as famílias pobres do município estão no programa. “A cobertura do programa foi de 88% em relação à estimativa de famílias pobres no município. Essa estimativa é calculada com base nos dados mais atuais do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”.
Em março de 2021 foram transferidos R$ 658.247,00 às famílias do Programa e o benefício médio repassado foi de R$ 165,51 por família.O valor e os tipos de benefícios recebidos pelas famílias variam de acordo com o perfil de renda, tamanho e composição familiar (se há crianças, adolescentes, gestantes ou nutrizes na família, por exemplo).
O Cadastro Único também apresentou crescimento no total de cadastrados. Ele é usado como base de dados do Governo Federal,com informações socioeconômicas das famílias de baixa renda (com renda mensal de até ½ salário mínimo por pessoa).
O governo federal utiliza os dados do Cadastro Único para conceder benefícios e serviços de programas sociais, como: Tarifa Social de Energia Elétrica, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Programa Bolsa Família, e agora com a pandemia, também para o Auxílio Emergencial, entre outros. Todos os beneficiários do Bolsa Família devem estar no Cadastro Único, mas nem todos os cadastrados têm direito ao Bolsa Família.
Em janeiro de 2021 eram 9.870 famílias inseridas no Cadastro Único, com 27.180 pessoas. Desse total, 7.228 famílias tinham renda até ½ salário mínimo. Dados de maio de 2020 mostram que naquele mês estavam cadastradas 9.394 famílias, totalizando 26.204 pessoas. Houve, portanto, crescimento no total de cadastrados após início da pandemia, especialmente devido à liberação do auxílio emergencial.
O relatório do Governo Federal agora de 2021 informa que a Taxa de Atualização Cadastral (TAC) do município é de 68,86%, enquanto que a média nacional encontra-se em 70,03% e ressalta que “o cadastro no seu município não está bem focalizado e atualizado, o que indica que é necessário identificar onde estão as famílias com renda de até ½ salário mínimo por pessoa e atualizá-las no Cadastro Único”.

AUXÍLIO EMERGENCIAL
Em março de 2020, com o início da pandemia, foi liberado o chamado auxílio emergencial. A princípio seriam três parcelas, de R$ 600,00 cada, pagas a partir de abril. Mulheres com filhos que sustentassem o lar sozinhas tiveram direito a parcelas de R$ 1.200,00.
Em junho foram prorrogadas mais duas parcelas do auxílio, com o mesmo valor. E logo que essas duas parcelas acabaram, o governo criou outras quatro parcelas, de R$ 300,00 cada.
Com o agravamento da pandemia e consequente crise econômica agora em 2021, foi criado o auxílio para este ano e as parcelas começam a ser pagas na semana que vem. Esse auxílio, no entanto, é mais restrito à camada da população mais pobre.
O valor do benefício varia de acordo com a composição da família e também é mais baixo que o do ano passado. Se a família for composta por apenas uma pessoa, o benefício é de R$ 150,00 por mês. Se a família for composta por mais de uma pessoa, o benefício é de R$ 250,00 por mês. Se a família for chefiada por mulher sem cônjuge ou companheiro, com pelo menos uma pessoa menor de dezoito anos de idade receberá, mensalmente, R$ 375,00.
Quem faz parte do Bolsa Família receberá apenas um benefício –aquele que for maior. Ou seja, ou a pessoa receberá o auxílio emergencial ou o Bolsa Família.
Serão disponibilizadas até quatro parcelas, desde que a família continue atendendo aos critérios de seleção do auxílio.