Regiões Sul e Sudeste são destaques nos indicadores de saneamento básico no Brasil
Maior participação do capital privado é a oportunidade para alcançar a universalização dos serviços.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e isso é facilmente percebido quando se observa as características socioeconômicas das cinco regiões brasileiras e o acesso ao saneamento básico, segundo o indicador de desigualdade de renda Gini. De acordo com o SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2018), na região Nordeste, cerca de 74,2% da população têm acesso à rede de água, apenas 38% do esgoto é coletado e 36,2% tratado, ficando atrás apenas da região Norte. Essa ausência de saneamento contribui para o atraso econômico e um dos exemplos disso é o setor turístico. Apesar de possuir belíssimas paisagens naturais como praias e dunas, por exemplo, muitas delas estão poluídas e, portanto, afastam os visitantes.
Felizmente, os indicadores de saneamento são bem melhores nas regiões Sudeste e Sul, as mais desenvolvidas do país. Ainda, de acordo com o SNIS 2018, 91% da população Sudeste é atendida com água tratada, 79,2% do esgoto é coletado e 50,1% tratado. No Sul, 91,2% da água é tratada, 45,2% do esgoto é coletado e 43,4% tratado. O que possibilita uma maior qualidade de vida para a população e uma melhor prevenção de doenças como leptospirose, febre tifoide, cólera e até o novo Coronavírus.
Eduardo Caldeira, diretor da Atibaia Saneamento, empresa do Grupo Iguá, que possui uma Parceria Público-Privada (PPP) de esgoto em Atibaia/SP, destaca que, em um país de dimensões continentais e com uma população de cerca de 210 milhões de habitantes como o Brasil, a universalização dos serviços de saneamento básico é um dos maiores desafios.
A empresa defende uma maior participação do capital privado para romper as barreiras do setor. “Tanto os Estados Unidos como muitos países europeus têm uma grande participação do capital privado no setor de saneamento, o que certamente os ajudou a avançar na cobertura desses serviços essenciais, e esse é sem dúvida o caminho que o Brasil precisa seguir”, diz o diretor.
Atualmente, a Atibaia Saneamento está trabalhando na 2ª fase das obras de ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Estoril. Serão investidos em todo o Sistema Estoril mais de R$ 63 milhões que, quando concluído, beneficiará diretamente mais de 85 mil moradores da cidade. Outra importante obra é a construção da uma nova Estação de Tratamento de Esgoto em Caetetuba que, após sua conclusão, atenderá cerca de 25 bairros que ainda não possuem os serviços de esgotamento sanitário, deixando o município, cada vez mais próximo da universalização.