Home office funciona bem com psicologia do confinamento
Está difícil pensar e não parar de comer? São alguns dos desafios do home office, que passou a incluir jornalistas e profissionais de praticamente todas as áreas. Entre os desafios, estão os de manter a organização profissional, sempre em acordo com a organização doméstica; fazer o seu expediente, de olho nas demandas dos chefes e parceiros; e aproveitar o tempo conquistado para se dedicar a hobbies como leituras e mesmo aprofundamento de temas que antes não tinham espaço em nossa agenda.
O clima de tensão inicial com a pandemia, com notícias pesadas o tempo todo, ainda não desapareceu, mas já estamos um pouco mais acostumados. Desde 24 de março, estou trabalhando em home office, conversando com os contatos da Câmara e de outros setores por telefone e mensagens do Whatsapp e do Face. O e-mail é utilizado para transferir arquivos mais pesados.
Não vejo que houve queda de produtividade. O que aconteceu é que a pandemia impactou fortemente todos os setores, afetando o andamento de assuntos abertos. A política, baseada em contato pessoal e marketing presencial, está passando por forte revisão e reestruturação. Não tem jeito, precisa se adaptar. Na Câmara, estou em duas comissões de processo administrativo disciplinar (investigação de pagamentos considerados irregulares e questões funcionais), que foram suspensas por conta da quarentena, e também na comissão de reforma administrativa, com prazo mais apertado, 20 de maio. Espero terminar estes trabalhos de forma satisfatória.
Voltando ao home office, minha facilidade é que sempre gostei de vida social equilibrada com vida pessoal. Ou seja, gosto de ficar em casa, não sofro com a solidão. Vejo que a mídia vem publicando muito material com dicas e sugestões para o trabalho a distância e também sobre a psicologia do confinamento. Um dos mais interessantes saiu no site do El País Brasil, abordando a experiência dos cientistas polares e astronautas, que sabem lidar com o isolamento.
Estudos sobre a psicologia do confinamento apontam as chaves para superar os danos que ele causa: manter o bom humor, celebrar pequenas vitórias e respeitar o espaço dos outros. O texto de Javier Salas cita estudos e ensaios sobre os efeitos psicológicos da reclusão e de situações extremas. “Nos últimos dias escutamos muitas histórias de aumento de sensações de depressão, ansiedade, irritabilidade e transtornos do sono experimentados por pessoas isoladas pelo coronavírus, muito similar ao que experimentam alguns astronautas e expedicionários polares”, diz Larry Palinkas, psicólogo da Universidade do Sul da Califórnia. O importante é lembrar que, por mais difícil, vai passar. Mas também uma nova cultura do trabalho está surgindo. Viva! Vivamos mais.