Atibaia está entre cidades menos violentas do Estado
Pelo Atlas da Violência, índice de Atibaia referente a 2017 coloca a cidade entre os municípios menos violentos com mais de 100 mil habitantes.
O Atibaiense – Da redação
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país. Entre os municípios do Estado de São Paulo, Atibaia aparece como o 18º menos violento, com taxa estimada de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes.
O Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019 foi elaborado em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e apresenta relatórios baseados em dados registrados até 2017.
O Estado de São Paulo segue com a menor taxa de homicídios dentre todos os Estados da federação. Em 2017, o Estado de São Paulo registrava taxa de homicídios de 13,5 a cada 100 mil habitantes, número que já era o menor de todo o Brasil. De acordo com as estatísticas criminais divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, nos últimos 12 meses, entre julho de 2018 e junho de 2019, essa taxa é ainda é menor. Atualmente é de 6,4 casos a cada grupo de 100 mil habitantes.
Os dados do Atlas sobre Atibaia mostram que a taxa estimada de homicídios foi de 10 mortes por 100 mil habitantes em 2017. Foram levados em conta 14 homicídios registrados no período da pesquisa, para uma população de 139.683 habitantes (dados de 2017).
Em 2019, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, entre janeiro e junho, Atibaia registrou apenas dois homicídios. O número, conforme o jornal O Atibaiense registrou em matéria, foi considerado 66,6% menor que no primeiro semestre de 2018.
Atibaia tem apresentado dados bem abaixo da média nacional e ficou abaixo também da média do Estado de São Paulo. Segundo o relatório do Atlas da Violência, em 2017 existiam 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. As taxas de homicídio variaram em um intervalo entre 2,7 e 145,7, sendo que a taxa média de homicídios nesse conjunto foi de 37,6, com um desvio-padrão de 26,0. No entanto, a mediana da distribuição foi de 30,7, indicando que um grupo menor de municípios com taxas altas de homicídios terminaram elevando a média. De fato, enquanto 59 municípios possuíam índices acima de sessenta mortes por 100 mil habitantes, em apenas oito deles as taxas superaram a marca de cem.
O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará. Em segundo lugar está Altamira, no Pará, seguida de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do país. De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. “Em termos proporcionais, a diferença entre os municípios mais e menos violentes corresponde à diferença entre taxas do Brasil e da Europa”, compara. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico é mais parecido com os países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho.
Apesar do aumento da violência em algumas regiões, o estudo do Ipea identificou também que 15 unidades federativas tiveram redução no índice de criminalidade entre 2016 e 2017. O levantamento apontou que, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Jaú é cidade menos violenta, seguida de Indaiatuba e Valinhos, todas em São Paulo. No ranking dos 20 municípios menos violentos, 14 são paulistas. Nas cidades menos violentas, os indicadores de desenvolvimento humano são mais parecidos com os países desenvolvidos.
Os desafios no campo da segurança pública no Brasil são enormes, na avaliação do coordenador do estudo. “Há luz no final do túnel para dias com mais paz no Brasil e a luz passa por políticas focalizadas em territórios vulneráveis”, acredita Cerqueira. “Quando essas políticas são feitas e concatenadas com a política de qualificação do trabalho policial, com inteligência e boa investigação, se consegue, a curto prazo, diminuir os homicídios no país”, afirma. A solução, sugerida pelo estudo conjugaria três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, o planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade. Em segundo lugar, a qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva. Por fim, o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.