Esporte em 2020
2020 ficará marcado na história com poucas alegrias, mas por muitas passagens importantes e saudade.
Rodrigo Seixas
O ano de 2020 no esporte é muito diferente do esperado. Não só no esporte, né? Em todas as áreas, mas o esporte teria neste ano as Olimpíadas de Tokyo, a Copa América, Eurocopa e muitas outras competições que foram adiadas ou canceladas.
O futebol de clubes foi até meados de março, quando os casos de coronavírus começaram a subir muito e os campeonatos precisaram ser paralisados. Com o tempo e algumas medidas de segurança, os jogos foram voltando, sem público e com jogadores fazendo testes antes de cada partida. Todos precisaram se adaptar ao que ficou conhecido como o “novo normal”.
Na F1, a primeira corrida foi interrompida em cima da hora, quando todos os pilotos já se preparavam para correr na Austrália e a corrida acabou sendo suspensa após pressão de pilotos após alguns casos dentro do ambiente da F1. No final as corridas aconteceram, sem público, em algumas pistas repetidas, com trajetos diferentes e na Europa e Ásia. O mundo da velocidade não veio ao Brasil. Lewis Hamilton dominou mais uma vez a categoria, com a sua Mercedes preta, em cor escolhida em homenagem ao Black Lives Matter, movimento que marcou também o ano de 2020 com manifestações contra o racismo no mundo todo e que tiveram como um dos seus principais atores o piloto inglês de F1, o único negro a correr na categoria que conseguiu neste ano ser o piloto com maior número de pole positions, vitórias e igualou Michael Schumacher com sete títulos conquistados. Na maior parte das corridas sempre se manifestou em prol do movimento antirracista.
Na NBA, o Black Lives Matter também foi muito presente e teve outro dos principais atores como protagonista. Lebron James venceu o título levando novamente os Lakers ao primeiro lugar do pódio em uma NBA disputada na Disney, numa bolha onde todos os jogadores ficaram isolados do resto da sociedade para não serem contaminados pelo vírus. A bolha funcionou muito bem e os jogadores puderam concluir a temporada. O ano também foi triste no mundo do basquete, porque em 26 janeiro, morreu Kobe Bryant e sua filha em um acidente de helicóptero. Ele foi um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos e abalou o mundo da bola laranja.
No ténis, houve polêmica com Djokovic realizando uma competição onde vários foram infectados por falhas na prevenção ao vírus. Foi também um ano para conhecer Naomi Osaka, a japonesa negra, filha de um haitiano, que venceu o US Open e em cada jogo apareceu na quadra usando uma máscara diferente com o nome de negros que foram mortos por conta do racismo e da brutalidade policial nos Estados Unidos. Ela marcou pelo ativismo e ainda foi a atleta mais bem paga da história do esporte, com US$ 37,4 milhões.
No boxe, Mike Tyson voltou ao ringue. Lutou com Roy Jones em uma luta de exibição que acabou empatada por pontos. Cinquentões, os lutadores até que aguentaram bem a luta e Tyson já prometeu que lutará mais vezes. O evento, promovido pelo próprio pugilista, teve outras lutas como de um youtuber contra um ex-jogador de basquete, que levou uma surra por sinal. Pode ser um início de vários eventos de luta de Tyson, que quando puder ter público pode lucrar ainda mais com isso.
No futebol, o esporte mais popular do mundo, claro que muita coisa mudou. Além dos jogos sem torcida que mudaram completamente com a dinâmica dos jogos, eles ainda passaram a ter 5 substituições. No Brasil, o calendário foi empurrado para frente e o ano vai chegando ao fim e os únicos campeões são os estaduais. Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores vão acabar em meados de janeiro e fevereiro. O calendário de 2021 começa logo após o término das outras competições.
Na Europa, o principal torneio do mundo, a Champions League, precisou ser alterada. Os jogos a partir das quartas de final foram realizados sem público em jogo único, todos em Portugal. Um efeito bolha parecido com o da NBA. Nessa bolha, Neymar levou o PSG à final, mas perdeu para o Bayern de Lewandowski, que foi artilheiro de tudo o que disputou e campeão também. Acabou o ano sendo escolhido o melhor jogador de 2020 pela Fifa. Messi, que perdeu por 8×2 para o Bayern, pediu para deixar o Barcelona, clube pelo qual sempre jogou. Acabou ficando por motivos contratuais.
No futebol, foi um ano de muitas perdas também, dentro e fora do campo. Do lado de fora vários jornalistas morreram, um deles o ainda jovem Rodrigo Rodrigues, que aos 45 morreu por complicações da Covid-19. Se foram também Valdir Joaquim de Morais, Valdir Espinosa, Oswaldo Alvarez, Marinho, Luiz Carlos Ferreira, Escurinho e Marcelo Veiga, entre outros. Morreu o Dios argentino, Diego Armando Maradona, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos e marcou uma das semanas mais tristes deste ano de tantas semanas tristes. Morreu também Paolo Rossi, o algoz do Brasil no 5 de julho de 1982 na Espanha.
2020 ficará marcado na história com poucas alegrias, mas por muitas passagens importantes e saudade. No esporte também foi assim.