Com fim da CPI das Bets, deputado Saulo Pedroso reforça urgência em proibir publicidade dos jogos online

De acordo com dados do Banco Central, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês são transferidos de contas brasileiras para plataformas de apostas.

Diante do crescimento acelerado do mercado das bets no Brasil, seus impactos sociais e econômicos, e o fim da CPI do Senado, o deputado federal Saulo Pedroso (PSD-SP) reforçou a necessidade de proibir a propaganda dos jogos e apostas online em todos os meios de comunicação e redes sociais do país, tema do Projeto de Lei 1212/25, de sua autoria.
O parlamentar destaca que a publicidade é o principal fator de disseminação do vício. “Zerar a propaganda das apostas online é a única forma de combater esse vício na sociedade”, afirma Pedroso.
De acordo com dados do Banco Central, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês são transferidos de contas brasileiras para plataformas de apostas. Embora o setor prometa aumento de arrecadação com impostos, o deputado alerta que os prejuízos à saúde pública e ao consumo interno são muito maiores.
“O que o governo arrecada de imposto não chega nem perto do quanto perde com a queda no consumo e os gastos com saúde pública. Além disso, grande parte do dinheiro não fica no país, já que a maioria das operadoras é estrangeira”, explica.
Estudo da consultoria PwC revela que as famílias brasileiras já gastam com apostas 76% do que investem em lazer e cultura, e 5% do valor destinado à alimentação. Para o deputado, trata-se de um fenômeno que afeta diretamente a economia das famílias e do país, além do bem-estar social.
O PL 1212/25 propõe a proibição de anúncios, comerciais e divulgações de qualquer natureza relacionadas a apostas esportivas e jogos eletrônicos de azar em todo o território nacional, seja nos veículos de comunicação ou nas redes sociais.
O deputado aponta a publicidade como o principal vetor de expansão do mercado de apostas e a proposta busca, segundo ele, proteger a população mais vulnerável, em especial crianças, adolescentes e famílias de baixa renda, que são os grupos mais afetados pelo apelo publicitário. “Influenciadores pagos por casas de apostas normalizam o jogo e mascaram o perigo. Celebridades e atletas promovem esse tipo de plataforma como se fosse algo inofensivo, o que acelera o vício e o endividamento de milhares de brasileiros”, afirma.
Para Saulo Pedroso, é urgente que o país trate o tema com responsabilidade. “O Brasil precisa encarar essa realidade com a profundidade que ela exige. A propaganda do vício precisa parar. Esse projeto é um passo decisivo para preservar o bem-estar da população e equilibrar os impactos desse mercado na economia nacional”, conclui.
O projeto está em trâmite nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados.