Mais de 18 mil pessoas faltaram em consultas médicas da rede pública no 1º quadrimestre
Dados apresentados em audiência pública são alarmantes: total de faltas chega a 12% dos agendamentos.
O Atibaiense – da redação
Nesta quinta-feira, dia 29, ocorreram duas audiências públicas para avaliação dos dados do 1º quadrimestre: uma da Saúde e outra sobre as Metas Fiscais. A boa notícia é que a saúde financeira do município vai bem. A má notícia é que boa parte da população está faltando a consultas médicas, exames e até a cirurgias agendadas, prejudicando o sistema de agendamento, tirando vaga de quem precisa e aumentando a fila de espera.
Durante a audiência pública da saúde foram apresentados os dados dos atendimentos e o chamado absenteísmo (falta) na Atenção Básica chegou a um total de 18.597 atendimentos entre janeiro e abril (1º quadrimestre). O número corresponde a 12% dos agendamentos.

Em atendimento médico há a maior quantidade de faltas em números absolutos: 10.711, o que representa 12% do total de consultas médicas na rede básica mantida pela Prefeitura. Em porcentagem, no entanto, as faltas com dentistas e nutricionistas é maior, chegando a 30,9% e 18,3% respectivamente.
Durante a audiência foi apresentado que houve 10.711 faltas em atendimento médico (12%); 3.721 com dentista (30,9%); 2.275 com enfermeiro (6,7%); 1.015 com outros profissionais de nível superior (8,7%); 529 com nutricionista (18,3%); 309 com psicólogo (8,1%) e 37 com farmacêutico (3,5%).
As faltas também acontecem em agendamentos feitos pela Santa Casa, afirmaram os profissionais da saúde durante a audiência pública na Câmara Municipal. No primeiro quadrimestre do ano, houve mais de6.600 faltas aos atendimentos entre consultas e exames agendados, prejudicando principalmente quem está esperando uma vaga em consulta ou aguarda um exame.
O mais grave são as faltas em cirurgias agendadas. Foi dado um exemplo recente de agendamento de quatro cirurgias ginecológicas consideradas complexas. A equipe de agendamento confirmou a data com as quatro pacientes, inclusive na véspera do procedimento. No dia da cirurgia, apenas duas pacientes compareceram. As outras duas faltaram sem qualquer justificativa (haviam confirmado na véspera que iriam). Tiraram, desta forma, a vaga de alguém precisando fazer a cirurgia e tiraram o tempo que o médico dedicou para estar ali.
Outros dados como total de atendimentos, funcionamento dos diversos setores da saúde e informações do orçamento da pasta também foram apresentados. Com relação ao orçamento destinado à saúde, em despesas liquidadas (nota fiscal já emitida pelo fornecedor) a aplicação foi de 19,5% do orçamento do município do 1º quadrimestre. A obrigação constitucional do município é destinar 15%. Em despesas liquidadas são R$ 63,8 milhões no 1º quadrimestre.

Outro ponto levantado na audiência da saúde é que a Prefeitura banca a maior parte dos custos, incluindo os atendimentos de urgência e emergência, que são uma responsabilidade do Estado e da União.
Para se ter uma ideia, entre janeiro e abril, a Prefeitura foi responsável por R$ 49,1 milhões; o Governo Federal por R$ 9,6 milhões e o Governo do Estado por apenas R$ 3,1 milhões.
METAS FISCAIS
Também na quinta-feira, dia 29, aconteceu a audiência pública das Metas Fiscais do 1º quadrimestre. O município apresentou melhora na arrecadação e diminuiu o valor da dívida. A receita líquida cresceu 5,82% em relação ao 1º quadrimestre de 2024, passando de R$ 389,8 milhões para R$ 412,5 milhões.
A dívida fiscal líquida era de R$ 145 milhões em 31 de dezembro de 2024 e com o fim do quadrimestre ficou em R$ 25,5 milhões, ou seja, o atual governo conseguiu acabar com 82,36% da dívida deixada.