Márcio Zago inaugura exposição virtual “A Desfiguração como Exercício Gráfico”

Apesar do extenso histórico cultural, o humor foi pouco abordado em Atibaia. É um vácuo que esporadicamente é preenchido por artistas isolados ou espaços culturais que se propõe a fazê-lo. É o caso do Instituto Garatuja do qual é fundador o artista plástico Márcio Zago. Dentro do conceito “Ensinar é aprender”, Márcio Zago passou a estudar a linguagem para aplicar junto aos jovens e crianças frequentadores das oficinas do Garatuja.

O resultado foi a premiação, por anos seguidos, de vários de seus alunos no maior evento na área: O Salãozinho de Humor de Piracicaba. Agora o artista apresenta parte de sua produção autoral na exposição “A Desfiguração como Exercício Gráfico”, reunindo trabalhos inéditos ou pouco vistos no município, embora tenham participado de importantes salões de humor no Brasil e no exterior. As caricaturas foram realizadas em diferentes épocas e técnicas como aquarela, guache, grafite, colagem, óleo sobre tela e até com caneta bic e retratam diferentes personalidades públicas da política, das artes, do esporte, religioso e até políticos locais, que em determinado momento chamaram a atenção do artista. A palavra caricatura, do italiano “caricare”, significa “carregar, no sentido de exagerar, aumentar algo em proporção” e surgiu no século XVII com o pintor Agostino Carracci, da Bolonha, o qual criou uma galeria com caricaturas dos tipos populares da sua cidade. De maneira geral, a caricatura é um desenho cujo objetivo principal é enfatizar e exagerar as características de uma pessoa e revela um retrato bem-humorado, cômico ou irônico no que se refere aos aspectos físicos do caricaturado e aos aspectos psicológicos e/ou comportamentais, como gestos, vícios e hábitos particulares.

Segundo o artista: “Sou amador na área. Utilizo a caricatura como exercício gráficoporque considero uma das linguagens mais complexas das artes visuais. Mais que retratar, é necessário distorcer o modelo buscando em sua fisionomia os elementos que compõe sua síntese estética e ao mesmo tempo recombiná-lo de forma a mantê-lo reconhecível. Neste sentido a caricatura vai além do “retrato figurativo” apresentando dificuldades maiores em sua execução”. Acompanha a exposição imagens fotográficas e um pequeno texto explicativo sobre cada personagem abordado, pois alguns dos caricaturados, em função do tempo percorrido, já não fazem parte do repertório da maioria do publico a ser atingido. Uma das intenções da exposição é dispor a linguagem do humor como elemento de conhecimento histórico e reflexivo da realidade mundial, além de oferecer entretenimento e humor num momento tão tenso em que passa o país, seja por razões políticas, seja pela catastrófica situação sanitária que atravessamos em razão da epidemia do Coronavírus. A exposição “A Desfiguração como Exercício Gráfico” foi premiado no 2º Festival Culturar-te – Atibaia em Casa, realizado pela Secretaria de Cultura de Atibaia e Compocat – Conselho Municipal de Politica Cultural de Atibaia e pode ser acessada no link:  http://garatujahumor.blogspot.com