Atibaia tem mercado imobiliário aquecido na pandemia

Quem ganhoucom isso foram os profissionais do segmento, como pedreiros, pintores e paisagistas, que tiveram aumento da demanda.

O Atibaiense – Da redação

O mercado imobiliário de Atibaia está aquecido, na contramão da pandemia e até mesmo “beneficiado” pela crise do coronavírus. As razões estão nos atrativos da cidade para os moradores de grandes centros, como a Capital. Com o incentivo ao home office, que reduziu a necessidade dos deslocamentos entre casa e trabalho, paulistanos e oriundos de outros grandes municípios fizeram o caminho da interiorização.
Atibaia ganhou com esse movimento: construtores e profissionais do segmento, como pedreiros, pintores e paisagistas, constataram o aumento da demanda. Não faltou trabalho desde março de 2020, com aceleração no segundo semestre e no final do ano. A preparação de novas unidades e a reforma de residências, tanto para a venda quanto para aluguel, tomaram a agenda dos empreendedores.
Segundo a Secretaria de Planejamento e Finanças da Prefeitura, o valor arrecadado do ITBI (importo sobre Transmissão de Bens Imóveis), indicador importante sobre o movimento da construção civil, subiu praticamente 50% no ano passado, passando de R$ 16.494.492,60 em 2019 para R$ 24.840.024,79 em 2020. O ITBI é encargo que deve ser pago por quem compra a propriedade e, para oficializar a aquisição e venda, é acertado no inicio da negociação. Essa cota municipal é dividida com o Estado, em partes iguais.

ALUGUEL DISPAROU
No quadro de aquecimento, o aluguel de imóveis também disparou. Os inquilinos tiveram de aceitar reajustes ou a opção de mudar, ao contrário da tendência anterior de renegociação de valores diante da realidade da crise econômica. “Meu professor de Yoga, Fernando Chacon, colocou sua casa para alugar em Atibaia e conseguiu em poucos dias, agora já no final de 2020”, contou o jornalista Luiz Gonzaga Neto, funcionário da Câmara e colunista do jornal O Atibaiense.
Outro consenso do mercado é de que os custos de construção subiram. O SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e a FGV (Fundação Getulio Vargas) apuraram que o Custo Unitário Básico (CUB) da indústria paulista da construção apresentou alta de 0,48% em dezembro de 2020, na comparação com o mês anterior. Na variação no ano, o aumento acumulado foi de 7,36%. O CUB é o índice oficial que reflete a variação dos custos das construtoras, utilizado na atualização financeira dos contratos de obras.

RETOMADA NESTE ANO
A variação dos custos médios das construtoras inclui mão de obra, preços de insumos como cimento e tubos, e a parte administrativa como o salário dos engenheiros. A construção paulista avaliou em R$ 1.538,49 o custo por metro quadrado em dezembro de 2020. Em 12 meses, o preço do cimento CPE-32 saco 50 kg cresceu 31,07%.
Com a vacinação contra o coronavírus, a expectativa é de que a construção civil cresça mais. Nesta semana, no seminário para prefeitos, realizado online pelo governo do Estado, a Secretaria da Fazenda destacou o atual momento econômico de São Paulo e as perspectivas para retomada da economia em 2021. A esperança é de que o PIB paulista volte a crescer. O programa estadual Retomada 21/22 tem previsão de R$ 36 bilhões para impulsionar a economia e gerar cerca de 2 milhões de empregos. Além disso, há 19 projetos para atração de investimentos privados nacionais e estrangeiros em todas as regiões do Estado.