Sistema Cantareira opera em nível de alerta com risco de desabastecimento em 2021

Desde outubro sistema da Sabesp está em nível de alerta. Especialistas apontam para risco de desabastecimento.

O Atibaiense – Da redação

O Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo, opera desde outubro em nível de alerta. As represas estão com reservatórios abaixo do ideal. A situação afeta indiretamente o abastecimento de Atibaia, já que a vazão do Rio Atibaia, nossa principal captação, pode ser afetada. O município também está em alerta com relação à região abastecida pelo Córrego do Onofre, que passou por Plano de Contingenciamento entre outubro e novembro.
O nível do Sistema Cantareira na manhã desta sexta-feira, dia 18, de acordo com boletim da Sabesp, era de 34,1%. Pelos critérios da Sabesp, o sistema opera em nível de alerta quando o volume é igual ou inferior a 40%. Desde outubro, o volume tem funcionado dentro desse limite.
O Sistema Cantareira é composto por seis represas: Atibainha, Cachoeira, Jacareí, Jaguari e Paiva Castro. Nesta sexta, as represas Jaguari/Jacareí (Bragança Paulista) estavam com 35,23% da capacidade; a represa Cachoeira (Piracaia/Joanópolis) com 29,16%; a Atibainha (Nazaré Paulista) com 27,55% e a Paiva Castro (Franco da Rocha) com 35,02%.
Reportagem de Bárbara Muniz Vieira publicada nesta sexta (18) pelo portal G1 aponta que existe risco de desabastecimento de água em 2021, com situação parecida com a vivida durante a crise hídrica de 2013/2014. De acordo com a reportagem, em maio de 2014, período da crise hídrica, o volume do Sistema Cantareira atingiu 29,6% de sua capacidade, e a Sabesp passou a operar bombeando água de seu volume morto.
Dados da Sabesp mostram que o deficit de chuvas vem aumentando ano a ano, desde 2016. Naquele ano o deficit ficou em apenas 13,2 mm; em 2017 foi de 252,1 mm; em 2018, de 318,6 mm; em 2019 de 192,5 mm e em 2020 (até novembro) chegou a 369,3 mm. De acordo com o boletim da Sabesp sobre o nível dos mananciais, até esta sexta-feira, dia 18, a pluviometria do mês estava em 139,3 mm de chuva. A média histórica para o mês é de 215,2 mm.

ATIBAIA
O Sistema Cantareira não abastece Atibaia, mas a vazão que sai do sistema afeta os rios da região, entre eles o Rio Atibaia, principal captação do município. No momento, de acordo com a assessoria de imprensa da SAAE – Companhia de Saneamento Ambiental de Atibaia, não há problemas com a captação e sistema opera normalmente.
Mas outro sistema de abastecimento de Atibaia, que depende do Córrego do Onofre, vem enfrentando problemas desde outubro, quando regiões como Cerejeiras, Caetetuba, Imperial e Alvinópolis registraram falta de água. Em 7 de outubro começou a operar na região abastecida pelo Onofre um Plano de Contingenciamento, com racionamento de água em determinados dias e horários da semana. Pelo plano, o corte do abastecimento ocorria sempre no período noturno, entre 21h e 6h.
O plano ficou em vigor até 18 de outubro, quando foi renovado para até 30 de novembro. Nessa segunda etapa, no entanto, não houve a necessidade de interrupções tão frequentes.
Segundo a assessoria de imprensa da SAAE, desde 30 de novembro não há plano de contingenciamento em operação, assim como não foi realizado racionamento. A captação do Córrego do Onofre tem sido realizada normalmente. Há, no entanto, um aumento de consumo em dias muito quentes, especialmente na região do Alvinópolis, que causam problemas pontuais no abastecimento, como queda de pressão da água.
A equipe técnica da SAAE vem realizando o monitoramento do sistema de abastecimento e estudando se será necessário novo plano. A SAAE informa que se houver necessidade, haverá divulgação de novo racionamento, com dias específicos para o abastecimento ser interrompido, mas sempre durante a madrugada.
Com as festas de fim de ano e previsão de calor, há tendência de aumento no consumo. O alerta é para que a população use a água de forma consciente, evitando desperdício.