Atibaia tem 32,7% de sua área com cobertura vegetal nativa

Dados fazem parte do Inventário Florestal, divulgado no final de julho pelo Governo do Estado de São Paulo.

O Atibaiense – Da redação

O novo Inventário Florestal divulgado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo aponta que Atibaia tem 32,7% de cobertura vegetal nativa. O valor corresponde a 15.661 hectares e leva em conta o território de 47.834 hectares do município.
Entre as cidades da região, Bom Jesus dos Perdões é a que tem maior cobertura vegetal nativa, com 54,5%; Nazaré Paulista vem em seguida com 44,4%. Joanópolis tem 33%, Jarinu aparece com 31,7% e Piracaia com 29,9%. O pior resultado é de Bragança Paulista, com 20,3% de cobertura vegetal nativa.
Perdões está na categoria de maior preservação, acima de 50%. Todas as outras estão na segunda melhor categoria, com cobertura de 20% a 50%. Apenas Bragança está no limite para a categoria que considera baixa a cobertura vegetal nativa.
Um mapa florestal de Atibaia disponível na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (não faz parte do inventário divulgado agora) aponta que o município tinha anteriormente 13,31% de cobertura vegetal e outros 4,35% de reflorestamento, somando 17,66%. Não há data no documento. Os inventários realizados anteriormente foram em 2001 e 2010.
De qualquer maneira, os documentos mostram que houve aumento da cobertura vegetal do município.
O documento geral do Estado aponta que São Paulo possui 5.670.532 hectares de vegetação nativa em vários estágios de recomposição. A área equivale a 22,9% do território paulista.
“Este levantamento da realidade florestal do Estado é imprescindível para guiar as políticas públicas de proteção e conservação de nossa biodiversidade, ao mesmo tempo que orienta as ações do licenciamento, da fiscalização e do uso sustentável de nossos ativos naturais pelos proprietários rurais, gestores públicos e sociedade civil”, explicou o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.
No último mapeamento realizado em 2010 foi registrado 17,5% do estado com vegetação nativa. O levantamento atual utilizou satélites mais modernos com alta resolução espacial, que conseguem aferir detalhes da superfície terrestre e detectou 185 mil fragmentos a mais que o mapeamento anterior, por conta da precisão de detecção.
Desde o primeiro levantamento florestal feito em 1990, o Inventário tem fornecido suporte científico fundamental para o desenvolvimento sustentável de projetos e intervenções de base florestal, feitos pelos agentes econômicos.
O estudo aponta a percepção dos municípios, que têm realidades muito diferentes em função dos biomas em que estão inseridos, a dinâmica de ocupação do solo pelas atividades econômicas ao longo das últimas décadas.
Dos 645 municípios paulistas, 48 municípios encontram-se em gradientes acima de 50% do território coberto com vegetação nativa, 151 na faixa entre 20% e 50%, 97 na faixa entre 15% a 20%, 216 na faixa entre 10% e 15% e 133 estão na faixa com menos de 10% de cobertura vegetal nativa. Há uma grande heterogeneidade na ocupação espacial do território paulista, o que exige políticas diferenciadas para cada região.
“Ao longo do tempo, o projeto Inventário Florestal vem realizando os mapeamentos procurando utilizar a melhor resolução e escala espacial possível, bem como aprimorando a sua legenda de vegetação nativa. Se por um lado, isso dificulta a comparação com os períodos anteriores, por outro tem trazido o retrato mais fiel da quantificação e distribuição da vegetação nativa no território paulista, conferindo maior garantia à tomada de decisões baseadas nesses dados”, concluiu o coordenador do Inventário, Marco Aurélio Nalon, pesquisador científico do Instituto Florestal.
Ainda de acordo com Nalon, será quantificada a cobertura vegetal nativa nas Unidades de Conservação, avaliada a evolução da cobertura vegetal nativa em relação aos mapeamentos anteriores nas diversas regiões do Estado e realizada uma avaliação dos ecossistemas paulistas, além da implementação dos resultados no DATAGEO/SIMA/SP, para acesso público aos resultados e análises detalhadas.
Por fim, registra-se que o Inventário Florestal/2020 constitui a base de dados oficial para a gestão dos ativos ambientais florestais no estado de São Paulo, assegurando ao setor público e à iniciativa privada as condições indispensáveis de segurança jurídica e orientação prospectiva da política pública de desenvolvimento sustentável, com proteção à biodiversidade e resiliência climática.