Abre ou fecha?

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em meados de março, no Brasil, existe grande insegurança com relação às medidas que realmente possam surtir efeito para diminuir a propagação do vírus. De imediato, em todo o país a decisão foi por fechar tudo, decretar quarentena e permitir funcionamento apenas de serviços essenciais, com regras e protocolos sanitários.
No início a população respeitou, tomou os cuidados necessários, evitou sair às ruas. Em Atibaia, após um mês iniciou-se a flexibilização, e em 23 abril voltou a funcionar o pequeno comércio. Em maio, voltaram as academias. Gradativamente novos setores passaram a ser liberados.
E a população diminuiu os cuidados cada vez mais. Parte já não usa mais máscaras na rua. Grande parte perdeu o medo de aglomerações. Festas, churrascos, encontros entre amigos, reuniões familiares são cada vez mais comuns. Como se a pandemia tivesse acabado. Não acabou, pelo contrário. Número de casos e óbitos aumentaram.
Mas nem a divulgação de novas mortes, novos casos tem feito as pessoas mudarem o comportamento.
Desde o início do mês Atibaia voltou para a fase vermelha junto com toda a região de Campinas. A recomendação do Governo do Estado é para voltar a fechar tudo, deixando funcionar apenas serviços essenciais, como lá em meados de março. O prefeito Saulo Pedroso decidiu por mudar algumas regras, para não fechar tudo.
Alguns setores passaram a funcionar somente de segunda a quinta. Outros têm restrição durante a semana e flexibilização maior aos finais de semana. Dependendo do resultado, pode haver mais mudanças.
Decisão judicial que ocorreu em Bragança Paulista nesta quinta-feira, dia 16, deixa ainda mais insegura a situação, já que na cidade vizinha o Tribunal de Justiça mandou fechar tudo, ficando só serviços essenciais. A Prefeitura de Bragança vai recorrer, mas há o risco de voltarem à fase mais restrita.
E nós? Atibaia também corre o risco de ter que acatar uma decisão judicial do tipo. E esse abre e fecha deixa empresários, comerciantes e prestadores de serviços em situação delicada, sempre na corda bamba. Se fechar tudo, muitos não conseguirão ter fôlego para esperar uma nova reabertura e vão falir.
A verdade é que a consequência do comportamento inconsequente de parte da população é uma grande insegurança no setor econômico, com riscos não só para a saúde de toda a comunidade, mas também da sombra do desemprego e de uma forte recessão.