Restrições da pandemia impulsionam soluções criativas

As dificuldades trazidas pela pandemia da Covid-19 estão impulsionando o desenvolvimento de soluções criativas, levando as pessoas a abrirem suas mentes. Em artigo publicado na Forbes, Michael C. Wenderoth fala como as restrições podem ser positivas neste momento, nos forçando a escapar das antigas formas de resolver as coisas.
Quem fez um desses balanços foi Paulo Balint Tobias, da redação do LinkedIn. Ele citou alguns efeitos positivos trazidos por esse momento de restrição: nos forçar a buscar abordagens diferentes; a enxergar as coisas sob uma nova perspectiva; e a focar sempre nas propriedades e a produzir algo viável. Essas novas soluções nos fazem questionar nossa rotina e a pensá-la quando as coisas voltarem ao “normal”. Se é que vão voltar – muitos afirmam que “nada será como antes”.
O comediante Jon Stewart foi questionado sobre onde nasceu a criatividade de seu talk show noturno, “The Daily Show”, e sua resposta surpreendeu muitas pessoas: “Acredito realmente que a criatividade vem de limites, não de liberdade”, disse ele (ênfase minha). A verdade é que a quarentena, que agora virou noventena (90 dias de isolamento ou tentativa de) injetou limites dramáticos em nossas vidas, no trabalho, escola ou na realização de tarefas diárias rotineiras.
Ou seja, tivemos que nos adaptar rapidamente e encontrar novas maneiras de fazer as coisas. As perguntas sobre isso são infinitas. Algumas das novas soluções podem ser melhores do que as de antes. Isso deve nos fazer questionar nossa rotina e continuar a pensá-la quando as coisas voltarem ao tal hipotético “normal”. Tudo isso é empolgante, mas não deveria nos surpreender. As restrições são uma parte crítica do processo de criatividade.
Por aí, conheceremos mais como as pessoas e as organizações mais inovadoras operam. Estamos tão acostumados a ver ou resolver um problema de uma certa maneira que qualquer restrição que nos força a pensar “fora da caixa” é benéfica. Esse ponto de vista diferente é essencial, porque nos permite reformular o problema original e ver novas opções.
Estudos mostram como somos vítimas de vieses cognitivos conhecidos. Os obstáculos para avançar são a familiaridade que nos leva a pular para uma resposta, descartando alternativas, e o viés de confirmação (prestamos mais atenção às informações que reforçam nossas crenças). Nas empresas, mais da metade das decisões fracassam, o que é atribuído à falha em ver alternativas. Até os jogadores de xadrez subestimam melhores sequências de movimentos quando as peças são dispostas de maneiras familiares.