Empresários vivem o grande desafio da gestão financeira durante a crise

Os empreendedores têm compromissos para saldar e fazem contas para ver a luz no final do túnel, que pode ser maior do que se imagina.

As empresas, das pequenas às maiores, estão lutando para sobreviver neste momento de crise pela pandemia do coronavírus. Os proprietários com caixa para passar meses sem retorno são raros. No geral, os empreendedores têm compromissos para saldar e fazem contas para ver a luz no final do túnel, que pode ser maior do que imaginam a ciência, a medicina, os políticos e os economistas.
Em Atibaia, o que podemos fazer? A pergunta foi feita ao professor Wagner Casemiro, responsável por disciplinas como Gestão Financeira na FATEC de Bragança Paulista. Ele lembra, inicialmente, a sabedoria já popular de ver, na crise, as oportunidades de criatividade e inovação e sugere que comerciantes, prestadores de serviços e industriais se reúnam em grupos, em associações ou consórcios para estudar possíveis soluções para o desafio. A partir das soluções nacionais ou estaduais, criar saídas municipais, com a ajuda do poder público, pensando também na manutenção de empregos, da força de trabalho.
Segundo o Sebrae, uma das fontes de informação mais fidedignas nessa área, a “adaptação é a palavra-chave para a sobrevivência dos pequenos negócios durante a crise provocada pelo novo coronavírus. Com as medidas de isolamento social tomadas para evitar a transmissão da doença, as empresas precisam aprender a lidar com os consumidores no ambiente virtual, ter uma presença digital mais forte e entender que esse pode se tornar um modelo de atuação por muito tempo”.
Claro que a vida virtual não é novidade. Antes da pandemia, já estávamos conectados em uma grande rede. Assim como o empresário, seus clientes e seus concorrentes acessavam e-mails diariamente, conversavam com amigos nas redes sociais, visitavam diversos sites, pesquisavam produtos e compravam em lojas virtuais. Contudo, agora, são esses os canais que vão conectar o negócio com o seu público. E, para que o relacionamento a distância funcione, é preciso trabalhar a atuação no meio virtual.
Enquanto isso, o problema é que continuam os custos fixos, que estão dentro das obrigações financeiras das empresas e estão batendo à porta. Várias empresas estão com problemas em seus fluxos de caixa, o que dificulta honrar tais compromissos. Além de que, não havendo receitas, em função deste momento da pandemia, é necessária uma boa gestão financeira para superação da crise.
Para ajudar os pequenos negócios na manutenção dos seus negócios, seja na redução de custos ou aumento de receitas, as sugestões dos especialistas incluem ferramentas tecnológicas que ajudam na busca e comparação de serviços financeiros, soluções de capital de giro para micro e pequenas empresas sem exigência de garantias reais, em processo rápido e sem burocracia, aplicativos para emitir e gerenciar boletos de cobrança e pagar os impostos da empresa, entre outros serviços.
Outra boa ferramenta de gestão financeira é buscar automatizar os processos financeiros, reduzir a inadimplência e melhorar o relacionamento com os clientes sem precisar sair de casa. É possível emitir cobranças por boleto bancário e cartão de crédito e débito sem precisar da maquininha. O cliente também pode utilizar o saldo dos recebimentos para pagamento de contas e antecipar recebíveis, uma ótima maneira de garantir a saúde financeira do negócio. Além das facilidades no recebimento de contas é possível emitir notas fiscais e ativar a recuperação de recebíveis.
É bom lembrar que existem cursos online sobre gestão financeira e consultorias financeiras com atendimento online, resumiu Wagner Casemiro: “Não existe mágica. O empresário bem-sucedido tem de reunir os recursos técnicos e humanos disponíveis, seja na empresa, seja em órgãos públicos e de consultoria, para atravessar a crise da melhor maneira. No mais, só nos falta torcer para que o aperto seja o mais curso possível”.