O que Atibaia tem a ver com os refugiados?

Jornalista tem uma mania que é boa, mas à vezes complica. É tentar sempre juntar um assunto de fora com uma realidade de dentro. Explico: eu pego um tema que está no noticiário nacional e trago para o municipal. Ou do estadual para a nossa rua aqui e agora. Nem sempre dá certo; às vezes, chama a atenção para algo que está obscuro, invisível, mascarado ou ocultado.
Pensei nestas coisas quando me deparei em casa, na caixa de correio, com uma correspondência do ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas par Refugiados. Um assunto, portanto, internacional. Mas o que Atibaia tem a ver com essa causa humanitária, mundial? Tudo ou nada? Acontece que o organismo tenta encontrar colaboradores para a ajuda que desenvolve ao lado de comunidades em vulnerabilidade social, econômica, política e tudo isso junto.
O ACNUR lembra nesta carta que crianças refugiadas estão expostas a graves riscos, especialmente se estiverem sozinhas, longe de suas famílias. Sem proteção, são vítimas fáceis para todo tipo de exploração infantil. Geralmente, essas crianças fogem de situações difíceis em seus países, devastados por conflitos.
Os números são alarmantes. Em apenas um ano, o ACNUR registrou mais de 173 mil crianças refugiadas não acompanhadas, o maior número já registrado. Muitas delas testemunham coisas terríveis em suas jornadas. Inocentes e indefesas, ficam totalmente vulneráveis, expostas à violência e ao risco de desaparecimento. Elas precisam ser cuidadas e protegidas e isso só depende de voluntários, daqueles que saem de seu mundinho e se dispõem a ajudar.
Dezenas de milhares de crianças nos campos de refugiados africanos precisam de cuidados e apoio especiais do ACNUR. Elas precisam voltar a sonhar com o futuro. Afinal de contas, toda criança merece um futuro digno, a salvo da violência e do abuso, com uma educação de qualidade e alguém, com amor e generosidade, para cuidar dela. Tem todo o direito a viver, aprender, brincar e imaginar.
Frequentemente, nossa compaixão não vai mesmo além daqueles que compõem a nossa família, nossos parentes e amigos. Também me incluo nesta dificuldade. Ainda não somos seres planetários. Mal passamos do portão fechado de nossas casas.

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