O comunicador, a tática e a estratégia

Gostei muito de ler a edição especial do jornal Valor Econômico, em forma de revista, sobre comunicação corporativa. O tom é este: diante do surgimento de novos processos e de novas ferramentas, um atributo que se tornou essencial para os profissionais da área é a capacidade de adaptação.
“O comunicador precisa ir além do tático para uma comunicação que lida com estratégia, dentro de uma linha de promoção do diálogo com outros setores”, disse Paulo Nassar, diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Tive a honra de estudar na ECA.
Segundo o Valor, a perspectiva é de que a área de comunicação seja cada vez mais integrada ao chamado C-level, o primeiro escalão do time de executivos. Nessa configuração, o Chief Communications Officer (CCO) deixa de ter atuação restrita na rua área para participar das políticas organizacionais.
Nesse sentido, os jornalistas precisam correr atrás. Ou seja, não basta mais saber escrever e produzir notícias. Você precisa aprender a ler balanço, a fazer uma série de cursos, a entrar em contato com temas que até recentemente soavam como “física quântica”. Áreas ligadas à construção da imagem, tanto interna quanto externa, têm aparecido nas descrições de cargos para os executivos de comunicação: sustentabilidade, responsabilidade social, gerenciamento de crises, gestão da ética e relações trabalhistas.
O comunicador não pode mais fugir: precisa buscar conhecimentos mais amplos sobre gestão; tem de falar de igual para igual sobre negócios com outros gerentes e diretores; e saber quantificar e demonstrar o retorno financeiro dos investimentos. Conclusão: uma nova era se abriu para a comunicação.

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