Atibaia já tem 19 casos de sarampo confirmados

São 72 notificações de suspeitos. Desse total, 14 foram descartados, 19 confirmados e 37 aguardando resultado. Um caso é considerado reação adversa à vacina.

O Atibaiense – Da redação

Nesta semana, em entrevista ao jornal O Atibaiense, a médica infectologista Dra. Rita Faria Bergo, da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do município, confirmou que Atibaia tem 19 casos de sarampo confirmados.

A cidade tem 72 notificações de suspeita da doença. Desse total, 19 foram confirmados, 14 foram descartados, 37 estão aguardando resultado e há um caso de reação adversa. Segundo a médica, a reação adversa é quando a pessoa tem a doença, de forma bem mais leve, após tomar a vacina.      Dra. Rita alerta, no entanto, que isso não deve ser considerado como motivo para não tomar a vacina.

Outro alerta da médica é com relação às pessoas que questionam a vacinação por haver casos de pessoas vacinadas que pegaram sarampo. “A vacina é a única forma de combater o sarampo. Não tem outro jeito. Esse número de casos confirmados é pequeno se considerarmos o total de pessoas vacinadas”, ressalta.

No caso de Atibaia, dos 19 casos confirmados, 12 eram vacinados. Os demais ou não eram vacinados ou não sabem, ou não encontraram a carteirinha de vacinação. Desse total, dois casos são de pessoas não vacinadas porque as mães declaradamente eram contra vacinação.

O fato de pessoas vacinadas contraírem a doença não significa que a vacina deva ser deixada de lado. “Esse fenômeno de dar sarampo em vacinados é geral, não é de Atibaia. É preciso levar em conta que das pessoas vacinadas, 95% fazem a conversão, que é ficar com anticorpo ativo no corpo. Já sabemos que 5% não respondem à vacina. Nenhuma vacina é 100%, pois cada pessoa responde de um jeito. Mas isso não significa que pessoas devam deixar de vacinar”.

A médica explica que quando se soma, ano a ano, 5% de pessoas que não respondem à vacina, forma-se o coorte, grupo de pessoas que foram vacinadas, mas não foram protegidas. “Quando essa coorte fica muito grande, a chance do vírus circular fica muito grande. Mas se o vírus não circular, não pega sarampo. Problema é que recebemos constantemente pessoas de outros países, o vírus está circulando, então o que aconteceu é que passou a circular o vírus aqui no Brasil também”.

Dra. Rita explica que o vírus do sarampo é o mais infeccioso que existe e por ser transmitido por vias respiratórias, só de estar perto de alguém com a doença pode ser transmitido. A médica alerta que as pessoas com suspeita devem ficar isoladas em casa. É o chamado isolamento social. Não devem sair ou ter contato com outras pessoas. Mesmo que a pessoa com diagnóstico de sarampo apresente sintomas mais leves, não deve ter contato com outras pessoas.

No caso de Atibaia, todos os casos foram considerados leves. Houve apenas uma pessoa que precisou ficar internada, mas por ser um paciente com asma. Outros casos tiveram apenas o isolamento social, em casa.

A epidemia de sarampo não é exclusiva do Brasil. É um fenômeno mundial. A médica explica que duas situações provocaram isso. “Uma delas é a falta de vacina, pelo movimento anti-vacina. Tivemos ainda muitos conflitos, guerras internas. Esses países deixaram de dar vacina, ou por causa de guerra e calamidade, ou por movimento anti-vacina, ou por achar que a doença estava controlada e não precisava”, destaca Dra. Rita.

Os sintomas do sarampo são conjuntivite, coriza, tosse, febre de 40 graus. “Esse é o quadro inicial, de 4 a 6 dias. Depois de 4 dias é que aparecem as manchas, normalmente começam atrás da orelha, vão para face e descem até região do quadril. A febre, após 3 a 4 dias, cai. Mas estamos vendo um quadro diferente aqui. Quadro não é grave, muitas vezes as manchas surgem junto com febre, não há intervalo de 4 dias. A conjuntivite é leve. Teve gente que saiu de casa, foi para o trabalho, foi criança para a escola”, conta Dra. Rita.

O sarampo pode evoluir para casos mais graves, mas em Atibaia não houve nenhum paciente com sintoma de complicações. Não existe um tratamento para o sarampo, apenas utilização de medicamentos para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença.

A campanha de vacinação contra o sarampo continua em Atibaia. A recomendação para quem tem dúvidas sobre a vacinação é procurar os postos de Saúde. Quem tem as duas doses da vacina na carteirinha não precisa se vacinar novamente.

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