Acima de tudo, dois pontos: jornalismo é caráter

O título é inspirado em texto do jornalista Rodolfo C. Martino, formado e pós-graduado pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Também tive a honra e a oportunidade de passar pelos bancos desta excelsa faculdade, lá nos idos anos 70 do século passado. Hoje, sou um admirador dos jovens jornalistas, interessados em levar para a frente os princípios da seriedade, do aprofundamento criterioso dos fatos, da desmistificação de posturas que ainda contaminam a comunicação.
A matéria citada foi publicada pelo Jornal da USP. Como fica o jornalismo nesses tempos ameaçadores? – pergunta Martino. “Eis a pergunta que mais ouço por parte de alunos e ex-alunos que ainda ousam persistir no desafio: ser um profissional de imprensa. Eu aplaudo a coragem dessa moçada – e faço a ressalva. Sinto uma falta danada do convívio tanto na sala de aula como fora dela. As conversas pelos corredores e jardins do campus, reconheço, por vezes são bem alentadoras e profícuas”.
Isso posto, o autor tenta alinhavar algumas observações sobre o atual dilema da profissão que abraçou e que hoje vive um grave momento de transição. Primeiro ponto:
“Jornalismo é caráter”. Alguém aí pretende pôr em xeque a definição do grande Cláudio Abramo, repetida por nomes como Mino Carta e Audálio Dantas? – questionou Martino.
Segundo ele, “é intrínseco à profissão o compromisso do profissional com o público leitor e, sobretudo, com o bem comum. Como jornalistas, portanto, não fujam desse pilar. Valham-se da crítica, da contextualização dos fatos e da independência. Acreditem na força do trabalho de vocês. Ser uno, mas apostar no coletivo. Este é o primeiro grande desafio. A verdade factual, acima de tudo!
Outro princípio: “Os sonhos não envelhecem”. Martino buscou no repertório do inesquecível Clube da Esquina a referência para dizer que os jovens jornalistas devem apostar nos sonhos, porque essa “chama não tem pavio”. Em tudo, sobrevive, resiste e se transforma o jornalismo. Mesmo nas multiplataformas da internet, nas possibilidades infinitas que hoje dispomos e que permitem voos solos a todo aquele que quer exercer a profissão dentro de pilares éticos e profissionais. É isso, camaradas!

Deixe uma resposta