O casarão que não pode cair

Esse casarão fica bem no coração de Atibaia. Foi construído em 1776 e é chamado pelo povo atibaiano de Casarão Júlia Ferraz.

Por que Júlia Ferraz? Porque ela foi uma das proprietárias e a última pessoa a morar nesse sobradâo

É bem ali na esquina da Rua Direita (José Lucas) com a praça da Matriz. (Claudino Alves).

Acho tão bonito esse casarão que quando estou caminhando por Atibaia, minha terra natal, e passo em frente dele e o contemplo,me emociono.

Lembro-me dos meus tempos de menino. Nesse casarão, no andar térreo, na praça, havia numa papelaria onde eu ia comprar material escolar. Ia também com mamãe comprar tecidos numa loja que também ficavano andar térreo, na praça.Ali, no andar térroe, havia também uma loja de artesanato e um sebo. Este, na rua Direita. Frequentei  esse sebo e cheguei a adquiiur livros lá, dos quais nem me lembro mais.

Mas por que , conforme diz o títulodeste meu artigo, esse casarão não pode cair?

Não pode cair por vários motivos. Primeiro, porque é muito bonito. Segundo, porque é uma raridade. Creio que em Atibaia, só existe um outro prédio do período colonial. É onde está o Museu Municipal e que no passado, bem antigamente, foi fórum e cadeia. Sim, cadeia. Eu me lembro que antigamente quando eu menino morava em Atibaia, via pelas janelas desse casarão objetos elaborados pelos presos como, por exemplo cestas e  sacolas. OCasarão Júlia Ferraz não pode cair também porque  grande parte do povo de Atibaia não deseja que ele caia.Pelo contrário, quer que ele permaneça para sempre. Inclusive algumas pessoas que valorizam a memória da cidade têm organizado uma campanha para arrecadação de verba para restaurar o casarão. Mas o esforço dessas pessoas tem sido em vão, pois é necessário muita   dinheiropara fazer a restauração. Algumas atividades têm também sido realizadas no casarão para chamar a atenção para esse imóvel e mostrar o estado em que ele se encontra.

Em 1975, oCasarão Júlia Ferrazfoi tombado pelo pelo Condephaat, passando, portanto, a partir dessa data, a ser propriedade do Estado de São Paulo.

Por outro lado, recentemente, a Prefeitura de Atibaia desapropriou o casarão. Mas a maior parte da população de Atibaia não concorda com essa desapropriação, pois teme que a Prefeitura faça com esse imóvel o mesmo que fez com um outro prédio muito tradicional de Atibaia onde funcionava o Hotel Municipal, que foi demolido. Alias, ele se localizava na outra esqu8ina da praça da Matriz, bem em frente do Casarão, onde atualmente é o Centro Cultural André Carneiro.

É muito preocupante o estado em que o casarão se encontra atualmente. Ele pode cair a qualquer momento quando nas chuvas aumentarem.

Atibaia merece continuar tendo esse casarão na sua principal praça. Torçamos para que as autoridades, sejam elas municipais, estaduais ou federais encontrem uma forma de restaurá-lopara alegria do povo atibaiano.

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