O que há de verdade na produção dos conteúdos falsos?

Este título me chamou a atenção no site do Observatório de Imprensa, um espaço de inteligência sobre o mundo da comunicação. O artigo é assinado é José Isaías Venera. E o que ele explora nesse texto? Um enfoque que me agrada muito: o que há de verdade na mentira, na manipulação, na fantasia direcionada?
O que há de verdade na produção desenfreada de conteúdos falsos? Haveria algo além do princípio da verdade que mobilizaria a busca pelo falso como realização de fantasias? Estas são as perguntas salutares do autor. Profissionais e estudantes de comunicação devem alimentar as questões, as dúvidas, as incertezas investigativas.
O enfoque de Venera é no sentido de mostrar que “o rei está nu”, uma velha e fundamental prática da imprensa mundial, que resultou em histórias maravilhosas de revelação, principalmente dos podres da política, mas também de suas conquistas. Segundo ele, os acontecimentos recentes no país estão alinhados aos eventos que marcam nosso tempo como a sociedade do falso, destacando as estratégias de produção de fake news e, consequentemente, de verdades falsas (pós-verdade), com grande repercussão.
A história dos Estados Unidos, mais uma vez, puxou essa história, para o mal e para algum bem. O curioso é que os eventos influenciaram até mesmo a Oxford Dictionaries, departamento da universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, a eleger a expressão “pós-verdade” como a palavra do ano.
Venera apontou que “a análise da contemporaneidade passa, cada vez mais, pelo modo como nossa subjetividade é capturada no mundo digital, meio pelo qual a produção de fake news insere-se nas estratégias de dominação. Por outro lado, essa dinâmica une-se a uma dimensão subjetiva, a qual nos leva a formular a hipótese de que há algo além do princípio da verdade que mobiliza a sociedade”.
Este é um assunto muito profundo. E, ao longo das colunas, teremos de voltar a ele.

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