Prefeitura vai monitorar redes sociais com nova reforma

A imprensa tradicional continua sendo o contraponto da seriedade e da confiabilidade em meio ao “lixo” informativo publicado em redes sociais.

O monitoramento de redes sociais é uma das funções estabelecidas na área de comunicação da Prefeitura, dentro do projeto de reforma administrativa que deve ser encaminhado à Câmara neste mês de fevereiro.
Reestruturada a máquina pública municipal, com a correção dos cargos comissionados e de designação, por conta de decisão judicial, a administração chega ao terceiro ano precisando fechar projetos importantes como a duplicação da avenida Jerônimo de Camargo e o CIEM II no Imperial.
PREOCUPAÇÃO POLÍTICA
As redes sociais se transformaram em preocupação técnica e, principalmente, política para as prefeituras e os partidos que compõem as coligações no poder. A Prefeitura de Ubatuba, por exemplo, contratou há dois anos empresa para “prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais”.
As equipes de comunicação no poder público, assim como nas empresas, precisam utilizar ferramentas do marketing digital. Constitucionalmente, o poder público é obrigado a respeitar o acesso à informação como direito e a prestar contas. A comunicação pública das instituições em campanhas de saúde, divulgação de concursos e de investimentos por exemplo, não pode ser confundida com a promoção pessoal de políticos que ocupam cargos públicos.
CAPTAÇÃO DE QUEIXAS
A Constituição determina que ‘‘a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos’’ (Art 37, XXII, §1º).
Os portais de transparência, a publicação e atualização da Imprensa Oficial e as ouvidorias fazem parte dessa nova estrutura, que eventualmente oferece também arquivo público para consulta física dos atos oficiais e a resposta a questionamentos feitos pela imprensa sobre assuntos de interesse público. Nesse sentido, a imprensa tradicional continua sendo o contraponto da seriedade e da confiabilidade em meio ao “lixo” informativo publicado em redes sociais.
O aspecto positivo é que o monitoramento de redes sociais inclui a captação de queixas e reclamações da comunidade e levanta as respostas viáveis a críticas, acusações e denúncias. Os perfis pessoais do prefeito no Facebook ou no Instagram não fariam parte diretamente desse trabalho, mas contribuem se houver qualidade de informação. Sabe-se que o prefeito Saulo Pedroso espera de sua equipe, especialmente de secretários e coordenadores especiais, maior envolvimento com as “batalhas” das redes sociais e com a divulgação dos feitos do Executivo.
TEM ATÉ CURSOS
Cursos voltados para o assunto destacam que o uso correto das ferramentas de monitoramento permite identificar o alcance dos influenciadores em milhares de conversas simultâneas, nas redes sociais. Nesse sentido, é importante mapear os temas mais importantes e entender como o burburinho da Internet interfere na percepção da imagem do governo, de seus programas e dos agentes públicos.
Nas cidades maiores, o monitoramento de redes sociaisas tem sido utilizado igualmente para grandes eventos, localizando tendências e opiniões em publicações do público. As informações coletadas podem orientar atitudes em tempo real, agilizar ainda mais os acionamentos de respostas e implementar ajustes na organização desses eventos durante sua realização.

O Atibaiense – Da redação

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